Publicado em: 01/10/2013 às 17:00hs
A previsão inicial é que começasse em 15 de setembro. Dessa forma, a portaria Indea-MT no 072/2013, assinada pela presidente do órgão, Maria Auxiliadora Diniz, confirma que o período de vazio sanitário para essa cultura se estenderá até 30 de novembro. Essa modificação na data de início do vazio sanitário foi solicitada pela Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), com base em mudanças no cenário técnico e econômico da cultura do algodoeiro nos últimos anos, que levaram os produtores a aumentar a área de algodão de segunda safra. Na safra 2012/13, a área de plantio de algodão de segunda safra fechou em 315.568 ha, enquanto o plantio de primeira safra ocupou uma área de 138.425 ha (total de 453.993 ha). A extensão do ciclo da cultura, segundo a Ampa, provocou um retardo no processo de colheita.
De acordo com o presidente da Ampa, Milton Garbugio, o importante é que os produtores de algodão mato-grossenses concluam a destruição dos restos culturais do algodoeiro de forma eficiente, fundamental na prevenção e controle de pragas. A destruição de soqueiras e plantas guaxas do algodoeiro, segundo pesquisadores do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), impede a chamada ‘ponte verde‘ ou ponte biológica, deixando de fornecer alimento e abrigo aos insetos-praga no período que antecede a safra seguinte, o que reduz a pressão sobre a cultura do algodoeiro. Além de questões relacionadas a pragas, os pesquisadores também alertam para doenças causadas por fungos, vírus e bactérias, pois patógenos sobrevivem nessas plantas na entressafra e podem causar doenças já no início da safra seguinte em alta pressão.
O presidente diz ainda que se o agricultor não fizer o seu dever de casa, certamente o ataque de lagartas do gênero Helicoverpa será bem mais intenso, causando prejuízos não só às lavouras de algodão em Mato Grosso como às de outras culturas. Isso diante das característica da lagarta Helicoverpa armigera, que é mais voraz que outras lagartas-praga e se alimenta de diversas plantas.
De acordo com Carlos Roberto Gomes Ferraz, consultor do IMAmt, houve uma solicitação da Ampa para que essa prorrogação fosse realizada em razão de questões operacionais, climáticas e do próprio produtor, que teve uma maior área plantada nesta colheita, com uma opção de fazer um plantio mais tardio e com espaçamento mais reduzido, consequentemente a colheita retardou um pouco, bem como a destruição dos restos culturais. “É importante ressaltar que mesmo com este adiamento de 15 dias não houve prejuízo com relação a legislação federal, que preconiza no mínimo 60 dias para que se tenha uma janela, quebrando esta ponte verde sem proliferação de pragas. Dessa forma, mesmo com este adiamento estamos dentro do que está previsto na legislação.”
Fonte: Gazeta Digital
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