Algodão

Brasil se Torna Maior Exportador de Algodão do Mundo em 2023/2024, Mas Liderança Não É Definitiva

País supera os Estados Unidos, mas desafio é manter posição frente a novos ciclos de produção global


Publicado em: 01/07/2024 às 19:20hs

Brasil se Torna Maior Exportador de Algodão do Mundo em 2023/2024, Mas Liderança Não É Definitiva

O Brasil alcançou um marco histórico ao se tornar o maior exportador mundial de algodão, superando os Estados Unidos pela primeira vez. A conquista, inicialmente prevista para 2030, foi alcançada antes do encerramento do ano comercial de 2023/2024. A notícia foi recebida com celebração durante a 75ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e seus Derivados, promovida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), durante o XXI Anea Cotton Dinner, realizado em Comandatuba, Bahia.

Entretanto, as entidades presentes no evento destacam que essa liderança não está garantida para o próximo ciclo, pois tanto Brasil quanto Estados Unidos devem manter uma competição acirrada pelo topo do ranking global.

O evento também anunciou outras marcas importantes para a produção brasileira de algodão. Segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), na safra atual, estima-se que o Brasil colha cerca de 3,7 milhões de toneladas de algodão em pluma, com exportações previstas em aproximadamente 2,6 milhões de toneladas. A colheita está ganhando ritmo no país, e as entidades preveem uma qualidade superior à safra anterior de 2022/2023, com cerca de 60% da produção já comercializada.

Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa, comentou sobre o marco alcançado: "Ser o principal fornecedor mundial de algodão é um feito histórico, fruto de um trabalho contínuo para aprimorar nossos processos, aumentando nossa qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade, e consequentemente nossa eficiência."

Apesar da comemoração, Schenkel ressaltou a trajetória do Brasil na indústria global de algodão: "Há pouco mais de duas décadas, éramos o segundo maior importador mundial. Essa transformação é resultado de investimentos significativos em pesquisa, desenvolvimento científico e profissionalismo, além da união de todo o setor."

Miguel Faus, presidente da Anea, expressou cautela em relação à continuidade da liderança brasileira: "É difícil prever se manteremos a liderança no próximo ano, especialmente considerando a recuperação da safra americana anunciada hoje, que tende a ser maior que a do ano passado. Os volumes de exportação dos dois países devem se aproximar."

O aumento da produção de algodão no Brasil também traz desafios para a indústria têxtil nacional, que nos últimos anos tem mantido um consumo estável de 700 a 750 mil toneladas de pluma. Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), destacou a necessidade de aumentar a produção de fios e tecidos no país para atender à demanda crescente: "Precisamos estimular o consumo e enfrentar as importações desleais com estratégias focadas em sustentabilidade, respeito ao meio ambiente e certificações."

Pimentel concluiu: "Esta jornada não será fácil, mas é viável com dedicação, estratégia e execução eficiente."

Fonte: Portal do Agronegócio

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