Algodão

Adesão ao Programa Algodão Brasileiro Responsável cresce 20,6% na safra 2023/2024

Expansão reflete compromisso com sustentabilidade e boas práticas no setor algodoeiro


Publicado em: 31/01/2025 às 11:05hs

Adesão ao Programa Algodão Brasileiro Responsável cresce 20,6% na safra 2023/2024

O Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) voltada à sustentabilidade da cultura do algodão no Brasil, registrou crescimento expressivo na safra 2023/2024. No período, o programa alcançou 451 unidades produtivas e certificou um volume total de 3,04 milhões de toneladas da fibra, abrangendo 83% da produção nacional. O avanço representa um aumento de 20,6% no número de propriedades certificadas em relação à safra anterior, quando 374 fazendas aderiram ao programa, com um volume de 2,67 milhões de toneladas certificadas — um incremento de 14% na produção.

Para o presidente da Abrapa, Gustavo Piccoli, esses resultados demonstram o compromisso dos produtores brasileiros com a adoção de práticas sustentáveis, abrangendo aspectos sociais, ambientais e econômicos. "Após mais de uma década de existência, o ABR se consolidou como um pilar essencial para a promoção de uma produção algodoeira sustentável e responsável no Brasil, impulsionando transformações positivas no setor. O programa incentiva práticas que respeitam a legislação ambiental e trabalhista brasileira, promovendo a melhoria contínua das propriedades rurais", afirma.

Sustentabilidade e impacto social

Criado em 2012, o ABR tem como objetivo padronizar e aprimorar a gestão de recursos naturais, condições de trabalho e técnicas de cultivo nas fazendas de algodão. A adesão ao programa é voluntária e atesta a conformidade das propriedades com normas trabalhistas e ambientais nacionais, além de requisitos internacionais, em parceria com a Better Cotton (BC), uma das principais certificadoras de sustentabilidade do mundo.

Na safra 2023/2024, fazendas de sete estados brasileiros participaram da iniciativa, contribuindo significativamente para o avanço da sustentabilidade no setor. Mato Grosso liderou a produção certificada, com 284 unidades produtivas e um volume de 2.125.910 toneladas, seguido pela Bahia, com 641.555 toneladas, e pelo Maranhão, com 55.682 toneladas. Além disso, as propriedades certificadas pelo ABR geraram mais de 41 mil empregos diretos, sendo 4.891 ocupados por mulheres.

Protagonismo internacional

O Brasil se destaca no cenário global como líder na produção de algodão certificado. De acordo com o último relatório da Better Cotton, o país responde por 48% da produção mundial licenciada pela entidade. Mais de um terço de todo o algodão certificado pela BC é cultivado em fazendas brasileiras.

O impacto positivo do programa também se reflete nas regiões produtoras. Nos quatro municípios brasileiros com maior produção de algodão ABR, a população dobrou nos últimos 20 anos, acompanhada por uma melhora significativa na qualidade de vida. Segundo o índice Firjan, o nível de desenvolvimento humano dessas localidades é 16,8% superior à média brasileira. Nos últimos dez anos, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nessas cidades cresceu 0,5% acima da média nacional.

Outro diferencial do programa é o uso reduzido de água na produção. Apenas 7% da área plantada de algodão no Brasil utilizou irrigação na última safra, percentual significativamente inferior à média global, que é de 45%.

Para o presidente da Abrapa, a combinação de sustentabilidade, inovação e governança é essencial para manter o Brasil como líder global de longo prazo no setor algodoeiro. "Programas como o ABR oferecem diretrizes abrangentes para uma produção de fibra dentro dos mais elevados padrões de responsabilidade ambiental e social", conclui Piccoli.

Fonte: Portal do Agronegócio

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