Nos últimos dias, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) intensificou sua colaboração com o governo federal, por meio do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em importantes reuniões de planejamento realizadas em Bangkok (Tailândia) e Tóquio (Japão). Essas reuniões, que contaram com a participação de embaixadores, diplomatas e representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), tiveram como objetivo fortalecer a integração entre os dois países e promover o algodão brasileiro no mercado global.

Em Bangkok, no final de outubro, a equipe da Abrapa, liderada pelo presidente Alexandre Schenkel, destacou o programa Cotton Brazil, uma iniciativa de promoção do algodão brasileiro em escala internacional. Idealizado pela Abrapa e executado em parceria com a ApexBrasil, com o apoio da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), o Cotton Brazil tem obtido resultados expressivos, colocando o Brasil como o maior exportador mundial de pluma. Schenkel comemorou os avanços e reforçou que o sucesso do programa é um reflexo da excelência da cadeia produtiva do algodão brasileiro, que serve como modelo para outras áreas da economia nacional.

O futuro do mercado de algodão, especialmente no Sudeste Asiático, foi um dos principais temas discutidos no evento. Schenkel enfatizou o compromisso da produção de algodão brasileiro com práticas responsáveis e sustentáveis, destacando que a fibra nacional se posiciona como a mais ambientalmente sustentável, essencial para garantir competitividade em um mercado crescente de opções sintéticas.

No Japão, embora o algodão não represente uma grande demanda atualmente, o país se mostra promissor para a expansão das exportações brasileiras. Em Tóquio, a Abrapa aproveitou para abrir novas frentes de relacionamento com a indústria japonesa, que desempenha um papel crucial na cadeia produtiva global, especialmente no setor têxtil. Marcelo Duarte, diretor de Relações Internacionais da Abrapa, apontou o pioneirismo japonês em aspectos de certificação socioambiental, alinhando o algodão brasileiro ao interesse japonês por produtos rastreáveis e com compromisso sustentável. O programa "Sou ABR", que realiza a rastreabilidade completa do produto, foi destacado como um exemplo positivo que pode atender às exigências das marcas japonesas.

O mercado asiático é fundamental para o Brasil, que, no ciclo comercial de 2023/24, exportou 98,24% de sua produção de algodão para a região, totalizando 2,68 milhões de toneladas. Atualmente, o Brasil lidera o mercado global de exportações de algodão, consolidando-se como uma referência internacional no setor.