Adubos e Fertilizantes

Yara planeja dobrar oferta de fertilizante foliar no Brasil

Empresa inaugurou fábrica com capacidade superior a 20 milhões de litros no interior de São Paulo


Publicado em: 19/03/2018 às 10:40hs

Yara planeja dobrar oferta de fertilizante foliar no Brasil

A multinacional Yara espera dobrar em até três anos a oferta de fertilizantes foliares e micronutrientes para diversas culturas no mercado brasileiro. Atualmente, a companhia de matriz norueguesa comercializa 10 milhões de litros por ano desse tipo de produto no país, o que equivale a 35% do volume total da empresa neste segmento no mundo.

A base para essa expansão será a nova fábrica da marca YaraVita, inaugurada nesta quarta-feira (14/3), em Sumaré (SP). Primeira planta de foliares da empresa fora da Europa, a unidade recebeu investimentos de R$ 100 milhões e possui estrutura para produzir todo o portfólio nessa categoria de produtos, com cerca de 30 itens. Inicialmente, serão quatro.

Construída em uma área de 11 mil metros quadrados, sendo 7,2 mil de área produtiva, a planta tem quase todo o processo automatizado. De acordo com a empresa, são 24 funcionários no complexo, sendo 11 na parte operacional, cujo trabalho será limitado ao abastecimento de matérias-primas e trocas de etiquetas e embalagens.

A expectativa da direção da Yara é de que em 2020 a unidade esteja operando a plena capacidade, que é de 20,8 milhões de litros de fertilizantes foliares e micronutrientes por ano. Assim, ao longo do tempo, o abastecimento desse tipo de produto, hoje importado, deve ir sendo substituído pelos fabricados no Brasil.

“A unidade de Sumaré vai abastecer o Brasil todo. A maior parte vai ser destinada à soja, por ser a principal cultura, mas vamos atender outras culturas. O Brasil cresce de forma exponencial”, disse o presidente da Yara Brasil e vice-presidente da Yara International, Lair Hanzen, afirmando que, posteriormente, a unidade deve atender também países vizinhos, como a Argentina e o Uruguai.

O cenário apresentado pela empresa considera uma expectativa de crescimento de 50% no mercado brasileiro só entre os fertilizantes foliares e micronutrientes até 2020. O segmento representa apenas 1,5% da indústria, o equivalente a 516 mil de 34,4 milhões de toneladas entregues em 2017, segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA).


“O mercado de foliares é consolidado, mas é pequeno no Brasil. Mas esse tipo de fertilizante é mais eficiente que o sólido e tem potencial”, disse Lair Hanzen.

Em relação ao setor de fertilizantes como um todo, o presidente da Yara Brasil avaliou que a indústria teve um início de ano mais lento e os estoques ficaram maiores. Dados da própria ANDA reforçam a avaliação. A entrega total de fertilizantes totalizou 4,56 milhões de toneladas no acumulado de janeiro e fevereiro, 1,9% a menos que no mesmo período no ano passado.

Para o executivo, há sinais de melhora, com o mercado “começando a repontar”. No entanto, Lair Hanzen acredita ser muito cedo para projetar um desempenho para este ano.

Investimentos

A planta de fertilizantes foliares integra uma estratégia de investimento bilionário que vem sendo feito pela Yara nos últimos anos, entre ampliação de suas unidades e aquisições. Aportes de recursos que, segundo a direção da companhia, têm no Brasil um mercado chave para o crescimento dos negócios.

Em 2013, por exemplo, a Yara realizou a aquisição da Bunge Fertilizantes. A multinacional ainda aguarda a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a aquisição dos ativos da Vale Fertilizantes, em Cubatão (SP).

“Essa é uma unidade que já está trabalhando com autonomia administrativa e operacional. Tão logo seja aprovada a aquisição pelo Cade, a integração dessa unidade será rápida”, disse Lair Hanzen.

Outro investimento pesado vem sendo feito em parceria com a Galvani, no Complexo Minero industrial da Serra do Salitre, em Minas Gerais, no valor de R$ 2,6 bilhões. A intenção é aumentar a extração de fosfato, reduzindo a dependências das importações.

E, em Rio Grande, no Rio Grande do Sul, a multinacional está investindo mais R$ 1,5 bilhão em um complexo industrial. O objetivo é atender à demanda da região Sul, além de parte de Mato Grosso do Sul e Paraguai em um horizonte de 25 anos.

Inicialmente, o orçamento para essa unidade era de R$ 1,3 bilhão, mas as contas tiveram que ser revistas. Segundo Lair Hanzen, a Yara enfrentou alguns “contratempos” relativos à geração de energia e adequação do solo do terreno da nova planta, que mudaram os planos.

Segundo os executivos da empresa, as mudanças no orçamento não comprometem o andamento do projeto atualmente cerca de 1,5 mil trabalhadores estão na obra, que deve ter a primeira fase entregue em julho deste ano. A etapa final é prevista para 2020.

“O Brasil é o mercado mais importante para a Yara. Um terço dos nossos funcionários é de brasileiros”, disse o CEO da Yara International, Svein Tore-Holsether.

Fonte: Globo Rural

◄ Leia outras notícias