Bovinos de Corte

Viabilidade do confinamento e otimismo do mercado marcaram IV Encontro de Confinadores Premix

Pecuaristas discutiram principais caminhos da atividade em 2018 em evento realizado no Rio de Janeiro nos dias 27 e 28 de fevereiro


Publicado em: 19/03/2018 às 12:20hs

Viabilidade do confinamento e otimismo do mercado marcaram IV Encontro de Confinadores Premix

Considerando o cenário otimista da economia brasileira e com o objetivo de compartilhar conhecimento e difundir informações relevantes de mercado, a Premix, empresa nacional líder em nutrição animal, reuniu um grupo representativo com cerca de 100 pecuaristas brasileiros no IV Encontro de Confinadores, com o tema “Viabilize seu confinamento, multiplique seus lucros”. O evento foi realizado nos dias 27 e 28 de fevereiro, no hotel Grand Hyatt, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ).

Apesar das incertezas na área econômica e os escândalos do setor de carne no Brasil, o ano passado foi razoável para a pecuária. Em 2018, no entanto, o cenário está mais favorável, com perspectiva de um ciclo de ofertas de reposição mais forte em função da retenção de fêmeas em 2014, principalmente 2015 e 2016. Espera-se um crescimento no número de machos abatidos na ordem de 5% a 12%, com um volume crescente de abate de fêmeas e um peso maior da bolsa para a tomada de decisões do pecuarista.

A palestra de abertura foi realizada pelo economista Ricardo Amorim, que falou sobre as perspectivas da economia para 2018. Para ele, o Brasil está saindo de sua mais grave, longa e profunda crise econômica e, nesses casos, o crescimento acaba sendo maior do que as pessoas imaginam. “Uma capacidade ociosa, quando é colocada para funcionar novamente, gera um crescimento mais fácil e rápido”, destacou.

Em seguida, Rodrigo Albuquerque, analista e consultor de mercado, falou sobre a expectativa do confinamento para este ano. O profissional explicou que o quadro em 2018 apresenta provável recuperação de preço. Porém, o grande ensinamento que veio de 2017, que mostrava um cenário de dor, é ter a fazenda na mão, nos pontos de vista produtivo e financeiro. “Se tivermos esse conhecimento na mão, conseguimos antever o mercado, usando eventualmente as ferramentas que ele mesmo dá para garantir margem, que é o mais importante”, afirmou.

O médico veterinário Rodrigo Goulart foi o responsável pela terceira palestra, questionando se os níveis elevados de energia na dieta de bovinos em confinamento são modismo ou realidade. Ele ensinou como otimizar o uso de energia em confinamento, respeitando os níveis mínimos de fibra para obter o máximo de consumo e, consequentemente, ganho de peso e eficiência alimentar. “Os pecuaristas queriam saber como definir o melhor nível de energia da dieta. Mostrei que isso é um efeito conjunto de método de processamento de grãos, de inclusão de fibra e do tipo de animal a ser avaliado. Quando avaliamos todas essas variáveis, definimos o perfil de dieta para cada confinador”, enfatizou.

Rodrigo Albuquerque, analista da NF2R, deu uma boa notícia aos participantes: após terminar 2017 com queda de 10% em relação ao ano anterior, o preço da arroba do boi gordo deve voltar a crescer em 2018 – pelo menos mais de 7% ao longo do ano. “O mercado futuro tem mostrado uma boa liquidez de contratos e as prováveis altas nas exportações e no consumo interno de carne devem sustentar as cotações”, detalhou. “Muita coisa ainda pode acontecer, mas não seria nenhum absurdo se a cotação da arroba crescesse mais de 20%”, completou.

Coordenadora de Confinamento da Premix, Amanda Oliveira falou sobre as métricas utilizadas na atividade. Ela destacou a importância de se considerar a lucratividade da operação antes de avaliar e tomar decisões baseadas somente em parâmetros técnicos, já que a tecnologia só é viável se for rentável. “Temos que levar em consideração o quanto esses indicadores estão relacionados e impactam no lucro, que é o que viabiliza a operação, paga as contas e o que realmente interessa no final”, ressaltou.

Fechando o primeiro dia do evento, o sócio consultor da MB Agro, Alexandre Mendonça de Barros, falou sobre as perspectivas do agronegócio em 2018. Ele explicou que o Brasil subiu um degrau no custo de confinar, mas que, por outro lado, os preços do boi magro e do bezerro se acomodaram e existe um cenário em que os preços de carne subirão no segundo semestre. “O que temos dito é que para quem tem o grão garantido, um boi magro num preço que faça sentido e está com bons retornos ao confinamento, é hora de tentar garantir essa margem. Muita gente sonha que possa vir preços maiores, mas a minha mensagem é essa: se já está bom, então garanta um pedaço pelo menos”, concluiu.

Abrindo o segundo dia, Gustavo Rezende Siqueira, pesquisador da Apta, falou sobre a melhor análise dos números do confinamento. O especialista explicou que o produtor precisa ter um olhar muito crítico para os vários números coletados no dia a dia, como ganho de carcaça, rendimento de carcaça, qual raça escolher, eficiência, e destacou a necessidade de uso de protocolos para coletar as informações. “O produtor precisa ficar atento a todos esses itens para realmente saber o número certo e, com base nisso, tomar as suas decisões”, disse.

O diretor de P&D da Premix, Lauriston Bertelli, foi o responsável por mostrar as pesquisas realizadas pela empresa. Foram apresentados os recentes trabalhos desenvolvidos pela Premix, que sempre trabalha em sintonia com o progresso. “Nossas pesquisas são sempre voltadas para a busca de produtos e aditivos naturais, que promovam a melhoria de desempenho sustentável do rebanho e que sejam lucrativos para o pecuarista”, ressaltou.

Fechando o IV Encontro de Confinadores Premix, a geóloga Lucíola Alves Magalhães, da Embrapa, apresentou palestra sobre a sustentabilidade da pecuária brasileira. A profissional mostrou dados sobre a agricultura e a pecuária brasileira que comprovam uma realidade bem diferente das imagens que a mídia internacional tem apresentado. “Aplicamos isso no confinamento principalmente em relação à melhor alimentação animal e a diminuição de metano por quilo de animal produzido. Todos esses dados, trabalhados conjuntamente, aumentam a sustentabilidade da pecuária brasileira frente à emissão dos gases de efeito estufa”, destacou.

Marco Guidolin, presidente da Premix, agradeceu a presença de todos e ressaltou as qualidades do evento. “Conseguimos cumprir os pontos que tínhamos traçado, trazendo assuntos relevantes dentro do sistema produtivo. Falamos de economia, de mercado, de assuntos técnicos e apresentamos o que temos feito em termos de pesquisa e inovação. Também abordamos a sustentabilidade na pecuária, quebrando alguns paradigmas. Tudo isso com a presença de pessoas muito importantes dentro da pecuária nacional”, conclui.

Fonte: NewsPrime

◄ Leia outras notícias