Maquinas e Implementos

Tempo bom para pequenas máquinas

Os agricultores estão capitalizados, em virtude da última boa safra, no entanto, o cenário econômico de crise e o aumento nos juros do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota) impediu crescimento nas vendas de maquinários na Expolondrina 2015 em relação ao do ano passado


Publicado em: 20/04/2015 às 20:00hs

Tempo bom para pequenas máquinas

Equipamentos de menor valor se destacaram neste cenário e conseguiram manter o volume de comercialização.

Caso da Dismafe, onde roçadeiras e motosserras foram os itens mais procurados, ao lado dos minitratores, que custam cerca de R$ 10 mil. Segundo o vendedor Allan Rawan, muitas negociações também acontecem fora da feira, o que torna a exposição um local importante para a visibilidade das marcas.

"Às vezes, não fechamos muitas negociações aqui, mas o pessoal vai na loja no dia seguinte", diz ele. Já na Integrada, o movimento surpreendeu o comprador de peças e acessórios, Lucas Paula, que esperava uma retração diante da crise econômica. De acordo com ele, no entanto, a movimentação no estande foi intensa e refletiu na boa comercialização de equipamentos, especialmente semeadeiras, que podem custar até R$ 90 mil.

"A gente achou que ia ser fraco este ano; o financiamento está mais difícil, mas o produtor está pagando o preço", afirma. Para revendas de máquinas de grande porte, porém, a crise afetou os resultados em até 50%. João Joaquim, supervisor de vendas da Horizon, que comercializa John Deere, espera concretizar apenas metade dos negócios planejados para a feira. A marca oferta máquinas de até R$ 1,5 milhão.

"Apesar da colheita ter sido muito boa, toda vez que acontece mudança na taxa de juros o agricultor se retrai", explica. Os juros do Moderfrota foram elevados de 4,5% para 7,5% a partir do dia 1º de abril. Além disso, Joaquim aponta a mudança nas regras de financiamentos. Antes, 90% do valor do equipamentos era custeado, agora, o limite caiu para 70%.

"Não está parado, mas só está comprando quem já tinha planejado", conta ele. Elton Colheri, funcionário da Agromáquinas Assaí, também prevê uma redução de 50% nos negócios efetivados na feira. Para ele, os agricultores estão com receio do momento econômico e já sentiram uma dificuldade maior de acesso a crédito bancário.

"Todo o pessoal que queria teve crédito liberado (nos anos anteriores), agora, os bancos estão segurando e o pessoal está com medo", opina. No estande da Dimasa, revenda Massey Ferguson, foram vendidos mais implementos e menos tratores. Segundo o gerente, Sérgio Chapieski, o volume de comercialização deve ser entre 20% e 30% menor este ano, devido a uma combinação de fatores.

"Os agricultores estão capitalizados, mas não estão investindo por conta da conjuntura", explica. Marcelo Sasso, gerente comercial da Engepeças Agrícola, revendedora da LS Tractor, tinha a expectativa de vender entre oito e dez equipamentos durante a feira, no entanto, diz que o público está apenas prospectando negócios. Ele aponta a crise econômica, a alta do dólar, o aumento dos juros e a restrição do crédito como causadores da situação.

Cecília França Reportagem Local

Fonte: Folha Web

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