Soja

Soja sobe pelo 2º dia consecutivo em Chicago nesta 3ª feira com suporte nas condições das lavouras dos EUA

Por volta de 7h35 (horário de Brasília), subiam pouco mais de 5 pontos, com o agosto/18 valendo US$ 8,35 e o novembro/18 sendo cotado a US$ 8,62 por bushel


Publicado em: 17/07/2018 às 10:50hs

Soja sobe pelo 2º dia consecutivo em Chicago nesta 3ª feira com suporte nas condições das lavouras dos EUA

Os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago dão continuidade ao movimento de alta iniciado ontem, com o mercado reagindo ao último reporte semanal de acompanhamento de safras divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no final da tarde desta segunda-feira (16).

O boletim trouxe uma baixa no índice de lavouras em boas ou excelentes condições de 71% para 69% na semana e o número ficou ligeiramente mais baixo do que as expectativas, segundo explicaram analistas e consultores internacionais. Embora a diferença seja ainda tímida, foi suficiente para dar algum fôlego a um mercado já muito sobrevendido.

"De tão vendido, principalmente no último mês, qualquer novidade ou 'desculpa' para um novo rally dos preços é bem-vinda. No entanto, como há meses vem acontecendo, os traders não desviam suas atenções das manchetes que se desenvolvem ao redor das conversas entre China e Estados Unidos no meio dessa guerra comercial", diz o boletim diário da Allendale, Inc.

Dessa forma, os contratos mais negociados, por volta de 7h35 (horário de Brasília), subiam pouco mais de 5 pontos, com o agosto/18 valendo US$ 8,35 e o novembro/18 sendo cotado a US$ 8,62 por bushel.

"O mercado já precifica bem a retórica comercial entre Estados Unidos e China. O interesse especulativo neste direcionador momentâneo de preços tem perdido o peso de composição de tendência. Os operadores da soja aguardam que a imposição tarifária chinesa de 25% sobre o grão importado dos Estados Unidos deverá ser um componente deste mercado por um prazo estendido", explica a AgResource Mercosul (ARC).

Do mesmo modo, porém, a consultoria afirma ainda que qualquer nova tentativa de renegociação entre Donald Trump e Xi Jinping poderia disparar um novo movimento de alta reverso às baixas acumulada nos últimos meses. Os fundos, afinal, seguem muito presentes do lado da venda, não só na soja em grão, mas também no óleo.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Soja: Mercado em Chicago tem dia de retomada técnica e fecha com mais de 1,5% de alta nesta 2ª

O mercado da soja na Bolsa de Chicago encerrou o pregão desta segunda-feira (16) com altas de mais de 1,5% ou superando os 10,75 pontos nos contratos mais negociados em um dia bastante técnico para os negócios. Dessa forma, o agosto/18 fechou com US$ 8,29 e o novembro/18, que é a posição mais negociada neste momento, concluiu a sessão com US$ 8,45 por bushel.

Os preços vieram buscando recuperar algum terreno depois de, no final da última semana, registrar seus menores patamares em 10 anos, e de se mostrar muito sobrevendido. Dessa forma, mais barata, a soja norte-americana os compradores e os investidores, principalmente, à ponta compradora do mercado, retomando parte de suas posições.

Entretanto, como explicou o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo de Sousa, não se trata de uma nova tendência para os preços da soja no mercado internacional. O cenário de fundamentos, afinal, segue negativo.

"Foi uma reversão técnica. O mercado está sobrevendido, os fundos estão vendidos, os index funds vêm liquidando posições compradas, mas a verdade é que essa reversão - que chegou entre 16 e 17 pontos - é meramente técnica. O mercado testou, no contrato agosto, um objetivo de US$ 8,10 e reagiu", explica Sousa.

A guerra comercial entre China e Estados Unidos continua no centro das discussões do mercado futuro norte-americano e ainda não há a confirmação de um acordo entre os dois países. Nesta segunda, o Ministério do Comércio chinês informou que entrou na OMC (Organização Mundial do Comércio) com uma reclamação contra as tarifas dos EUA sobre seus produtos.

Do mesmo modo, também nesta segunda-feira, os EUA entraram na OMC com ações não só contra a China, mas contra cinco de seus parceiros comerciais. China, União Europeia, Canadá, México e Turquia estão entre eles e estão tendo suas ações retaliatórias sendo questionadas pelo governo americano.

Segundo Sousa, porém, há conversas nos bastidores de Chicago de que os EUA estariam dispostos a promover uma nova rodada de negociação, o que, mesmo ainda no campo dos rumores, acaba trazendo algum alívio para os traders e ampliando levemente o espaço para recuperações como a desta segunda-feira.

Ademais, Sousa explicou ainda que, mesmo sobretaxada pela China, a soja norte-americana se mostra mais competitiva nesse momento dado os baixos preços de Chicago e dos elevados prêmios que continuam a ser pagos para o produto brasileiro. Os valores seguem superando os 200 pontos nos portos brasileiros nas principais posições de entrega.

Mercado Brasileiro

No Brasil, os preços continuam sem obedecer a um mesmo movimento e, neste início de semana testaram altas e baixas no interior do país, entre as principais praças de comercialização. A região Centro-Oeste, porém, é a que ainda traz pouca oscilação entre as referências, com os negócios travados em função do entrave em torno da questão dos fretes.

Já nos portos, com a combinação das altas em Chicago e mais o dólar, além dos prêmios, os preços subiram nesta segunda-feira. Em Rio Grande, alta de 1,16% no disponível para R$ 87,00, e de 0,57% para R$ 87,50 para agosto. No terminal de Paranaguá, R$ 91,00 no disponível, estável, e R$ 82,50 no março/19, com ganho de 1,85%.

"O mercado da soja no Brasil continuará mostrando boa pressão de compra e os vendedores querendo níveis dos R$ 92,00 em diante nos portos para voltar a fechar. Assim, se não tivermos apoio do dólar ou de Chicago, vamos para uma semana de calmaria e pouco movimento", explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

Fonte: Notícias Agrícolas

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