Mercado Florestal

Setor de florestas plantadas está entre os que mais conservam florestas nativas no país

Dados do Estudo Setorial da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal destacam papel das empresas florestais na preservação de recursos naturais


Publicado em: 29/06/2018 às 08:00hs

Setor de florestas plantadas está entre os que mais conservam florestas nativas no país

As empresas com florestas plantadas estão entre as que mais conservam áreas nativas no país, seja por meio de iniciativas voluntárias de conservação ambiental ou pelo cumprimento da legislação. A constatação aparece no Estudo Setorial de Florestas Plantadas, produzido pela Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre).

Para o presidente da Apre, Álvaro Scheffer Junior, o setor de base florestal plantada no Paraná trabalha diariamente para ajudar a proteger a biodiversidade, o solo, os mananciais e demais recursos hídricos a partir da preservação de recursos florestais nativos, o que faz com que os processos ecológicos essenciais dos ecossistemas existentes no Estado sejam mantidos. As empresas que possuem plantios florestais mantêm, atualmente, entre 700 e 750 mil hectares com ecossistemas florestais nativos no Estado, e somente as associadas à Apre contribuem com aproximadamente 390 mil hectares, pouco acima de 50% do total em terras sob sua propriedade e 90% em relação à área plantada. Nessas empresas, para cada 100 hectares de florestas plantadas, mais 90 hectares são de áreas de conversação.

"A participação das nossas associadas na manutenção dos recursos florestais nativos e de sua biodiversidade no Paraná é bastante significativa. Por isso, é importante evidenciar a contribuição ambiental das associadas à Apre, principalmente por APP (Área de Preservação Permanente) e RL (Reserva Legal), o que configura um dos maiores ativos de conservação privados do Estado do Paraná", destaca Scheffer Junior.

Dentre as formas de preservação e proteção ambiental estão as Áreas de Preservação Permanente (APP), as Reservas Legais (RL) e as Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), que estão regulamentadas pelas Leis federais 12.651, de 2012, e 9.985, de 2000. No Paraná, as RPPNs somam 259 unidades cadastradas e averbadas, o que representa 54 mil hectares de área sob conservação, distribuídas em 98 municípios. Desse total, 88% são de âmbito estadual, com 46,1 mil hectares. Os outros 6% são RPPN federais e mais 6% estão no âmbito municipal. As associadas da Apre contam com três áreas em RPPN, totalizando cerca de quatro mil hectares, ou seja, 8% do total do Estado.

Com relação às unidades de conservação, o Paraná possui 178 unidades estaduais e municipais. Segundo dados do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), as unidades estaduais somam 1,2 milhão de hectares, compreendendo áreas de proteção ambiental (APA) estaduais, estações ecológicas, florestas e parques estaduais, entre outras. Ainda de acordo com o IAP, as Unidades de Conservação federais localizadas no Estado somam 10 unidades com 1,6 milhão de hectares, entre APA, estação ecológica, florestas e parques nacionais.

Vantagens das árvores plantadas

Segundo o Estudo publicado pela APRE, o uso e o consumo sustentável de produtos florestais plantados oferecem inúmeras vantagens à sociedade. As árvores plantadas, por exemplo, ajudam a proteger os habitats e os ecossistemas naturais; reduzem a pressão sobre as florestas nativas; protegem e mantém a biodiversidade; fixam e sequestram carbono, contribuindo para a redução e mitigação do efeito estufa e regulação climática; protegem e regularizam o regime hídrico pela conservação de mananciais e de bacias hidrográficas, com melhoria da qualidade da água; mantêm a fertilidade do solo e reciclagem de nutrientes; entre outros.

Com relação ao uso de produtos provenientes de florestas plantadas, o Estudo Setorial aponta os seguintes benefícios:

- Madeira de origem responsável e renovável, associada ao apelo ambiental, pois as árvores ao crescerem fornecem ampla gama de outros benefícios, como o armazenamento de carbono, a geração de oxigênio e a proteção de habitats naturais;
- Conceito sustentável, principalmente de produtos certificados que atendem aos componentes e exigências dos componentes econômico, ambiental e social dos selos de certificação;
- Madeira de floresta plantada é de rápido crescimento, comparativamente às espécies nativas, o que possibilita produção em larga escala e em tempo reduzido, com menor ocupação de área cultivada e impacto ambiental;
- Madeira como material é durável, quando devidamente cuidada e tratada, apresentando grande longevidade;
- Reuso e reciclagem, em função de seu potencial de reutilização, seja para produtos de maior valor agregado, como móveis de madeira de demolição, ou geração de energia;
- Mitigação de mudanças climáticas ao remover o carbono da atmosfera e reduzir novas emissões;
- Produção e processamento utilizam muito menos energia do que a maioria dos outros materiais de construção, proporcionando aos produtos de madeira uma pegada de carbono (carbon footprint) significativamente menor;
- Produto substituto de menor consumo de combustíveis fósseis na sua produção e, portanto, com geração de menos dióxido de carbono comparativamente a outros materiais;
- Madeira de plantios florestais é estruturalmente muito forte, e a madeira de diversas espécies plantadas se mostra mais resistente comparativamente ao aço (20% a mais) e a certos tipos de concreto (quatro a cinco vezes mais);
- Madeira é um isolante natural, devido aos espaços com ar na sua estrutura celular, e, por esse motivo, é considerada até 15 vezes melhor do que a alvenaria e o concreto, 400 vezes melhor do que o aço e 1.770 vezes melhor do que o alumínio, o que ajuda a reduzir o custo de aquecimento e resfriamento de um edifício.

Mudanças climáticas

Para ajudar na mitigação das mudanças climáticas, o Paraná tem atuado em conjunto com o governo federal na formulação e detalhamento de estratégias e ações para implementar o compromisso assumido pelo Brasil na Conferência Internacional do Clima (COP21), que aconteceu em Paris, em 2015. Para isso, o Estado desenvolveu e implantou uma iniciativa inédita no Brasil, o Selo Clima Paraná, um registro público de adesão voluntária que tem como principal objetivo estimular as empresas a publicarem inventários de emissões de gases de efeito estufa (GEE), que contribuem para mudanças climáticas.

Para a adesão ao Selo Clima, as empresas devem cadastrar-se e enviar à Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA) suas respectivas declarações de emissão de gases de efeito estufa. As empresas que apresentam reduções nas emissões são beneficiadas com o selo, tendo a possibilidade de extensão do prazo de validade de suas Licenças de Operação. Em 2016, 12 empresas receberam o selo, e duas destas são associadas à Apre.

"Isso evidencia o interesse e a preocupação do setor florestal de base plantada do Estado nesta questão. A transição para uma economia de baixo carbono é inevitável e o Paraná, assim como as associadas à Apre, têm demonstrado engajamento na busca pela redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE)", ressalta o presidente da Apre.

Cadastro Ambiental Rural (CAR)

Um dos mais importantes programas ambientais em nível nacional é o Programa de Regularização Ambiental (PRA), que compreende um conjunto de ações ou iniciativas a serem desenvolvidas para adequar e promover a regularização ambiental. Uma dessas ações é o Cadastro Ambiental Rural (CAR), um registro eletrônico autodeclaratório obrigatório para evidenciar o status da regularização ambiental (APP e RL) das propriedades e posses rurais. A inscrição do imóvel rural objeto de regularização é condição obrigatória para a adesão ao programa. Recentemente, o prazo para realizar o cadastro foi prorrogado para 31 de dezembro.

De acordo com o Estudo Setorial de Florestas Plantadas produzido pela Apre, um importante indicador ambiental é o número de imóveis privados com CAR e sua relação ao número total de imóveis em uma região ou Estado. Até meados de 2016, o Paraná estava posicionado na segunda colocação nacional, com 357 mil imóveis cadastrados (96%) do total de 371 mil propriedades rurais. Em área, os imóveis cadastrados representaram cerca de 14 milhões de hectares.

"Esse resultado é expressivo e indica que os proprietários desses imóveis rurais têm buscado a recuperação de APP, RL e demais ações de restauração. As empresas associadas à Apre, com suas iniciativas de programas ambientais, atenderam mais de 2.400 pessoas em 2016, e os investimentos nessas iniciativas somaram R$ 3,84 milhões. Nos próximos cinco anos, a expectativa das nossas associadas é de atender mais de 3.900 pessoas, com perspectiva de investimento superior a R$ 6,8 milhões em atividades de cunho ambiental. Esses números evidenciam o engajamento e contribuição do setor florestal paranaense, com destaque para as empresas associadas à Apre, que participam ativamente com iniciativas para a preservação e proteção ambiental do Estado", completa.

Fonte: Assessoria de Imprensa APRE

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