Seguro Rural

Seguro de animais deve crescer 25% em 2018

Produtores ampliam procura por proteção para investimento em gado de elite e garantias para a capacidade produtiva de touros de central, doadoras e receptoras de genética apurada no País


Publicado em: 18/10/2017 às 09:40hs

Seguro de animais deve crescer 25% em 2018

Interessados em garantir o retorno no investimento feito na aquisição de animais de alto valor, pecuaristas estão contratando seguros de vida para bovinos. A expectativa é de que este mercado cresça 25% no próximo ano.

A projeção foi feita pela sócia-proprietária da Denner Seguro de Animais, e membro da Comissão de Seguro Rural do Sindicato dos Corretores de São Paulo (Sincor-SP), Karen Matieli. "O produtor precisa ter mais resultado e na pecuária isso exige investimento em genética e em manejo. Para isso, é preciso adquirir animais de custo elevado e isso aumenta seus riscos", afirma. Na visão dela, o seguro é um meio de minimizar estes riscos.

A Denner tem registrado crescimento anual de 15%, diz Matieli, que não revele cifras sobre o mercado ou a empresa, que tem entre seus clientes a Cooperativa Castrolanda, de Castro, no Paraná e a Fazenda Jaguaretê, de Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul.

Para fazer o seguro, o proprietário do animal paga a cada ano um valor equivalente a um percentual do valor pago pelo animal. O seguro de um animal jovem da raça Nelore no Sudeste, por exemplo, pode custar entre 4% e 4,5% do seu valor de mercado, considerando a cobertura básica. "É uma taxa muito enxuta, o que estimula essa demanda por garantir o resultado do investimento", comenta a sócia-proprietária da Denner.

O produtor pode optar por opções básicas de seguro, que cobrem os casos de morte por acidente, doença, parto, aborto e eutanásia por determinação de médico veterinário.

Mas também é possível optar por coberturas especiais para o transporte dos animais para exposições, assim como o seguro de fertilidade, no caso de touros de central que venham a perder a fertilidade, por exemplo, e o seguro de prenhez, que inclui o embrião e pode ter uma proteção adicional para a receptora.

"É importante que o corretor seja especialista na área para oferecer a solução correta ao produtor", destaca.

Ele explica que, embora o roubo de animais preocupe produtores, as corretoras não costumam esse tipo de problema. "Nesse caso não é possível comprovar a ocorrência de forma incontestável, apenas um boletim de ocorrência, o que não é suficiente para a seguradora", justifica Matieli.

Proteção

Na Fazenda Palmito, em Paranaiguara, Goiás, a compra da primeira doadora da raça Senepol motivou a contratação do serviço pelo proprietário, Estevão Barra Bernardes. A propriedade trabalhava desde 1957 com Nelore comercial e começou a investir em genética em 2009. Hoje, possui 639 hectares nos quais abriga 1 mil cabeças de gado comercial e 200 exemplares Senepol Puros de Origem (PO). "Era importante ter essa segurança, pois a compra desse tipo de animal é parcelada e cara. A maior tragédia é perder um bovino quando ainda se está pagando por ele", diz o pecuarista, que também é dono do criatório Senepol Constelação.

Os primeiros animais foram adquiridos em 24 parcelas, mas as compras atuais são feitas em 36 vezes. O valor pago pelas doadoras oscila entre R$ 30 mil e R$ 40 mil. Já o seguro representou entre R$ 2% e 5% do valor do animal. "É uma forma de proteger o investimento e de garantir a capacidade produtiva do plantel", pontua o pecuarista.

Desde então, a propriedade registrou três mortes de animais segurados, todas por complicações pós-parto. Dois desses sinistros já foram concluídos e após a apresentação dos documentos Bernardes foi reembolsado. "Conseguimos repor as fêmeas no rebanho e esperamos que desta vez não seja diferente", ressalta.

Entre as vacas para as quais foi feito seguro também estão "pratas da casa", como Libra Constelação, considerada melhor bezerra da geração 2013 do criatório. "Ela esta avaliada em R$ 30 mil", orgulha-se.

Bernardes, indica o serviço aos compradores da genética do criatório e também exige que os bovinos que ele hospeda na propriedade tenham seguro de vida.