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Rally da Pecuária pega estrada num cenário de desafios

Especialistas avaliam estratégias de produtores diante da alta dos custos de produção


Publicado em: 13/06/2018 às 15:20hs

Rally da Pecuária pega estrada num cenário de desafios

Especialistas avaliam estratégias de produtores diante da alta dos custos de produção

Rally da Pecuária 2018 coloca o pé na estrada a partir do dia 18 deste mês em um cenário de desafios: os custos de produção estão em alta em todo o País. No caso dos confinadores, eles enfrentam, somente neste mês, aumento de 10% nos preços da dieta dos animais, se comparado ao projetado no início de maio. A alta acontece num contexto de gastos elevados na operação, já que, até o início de maio, as projeções com base no mercado de grãos e derivados indicavam custos 22% maiores. Foi o que disse à imprensa Maurício Palma Nogueira, diretor da Athenagro, empresa que organiza o Rally da Pecuária em parceria com a Agroconsult.

Maurício explica: “Os confinadores registram perdas em duas situações. Os que já estão com boi no cocho perdem na venda dos animais prontos e também com a dificuldade em disponibilizar alimentos de acordo com a dieta planejada. Mudar a dieta de um animal em alta tecnologia causará redução no desempenho, trazendo um impacto irreversível no resultado financeiro do confinamento”.

Ele continua: “Entre o final de maio e início de junho, o colapso logístico no País alterou todos os preços. Preços FOB e fretes subiram pelo próprio desequilíbrio entre oferta e demanda. Em alguns casos, os ingredientes para confinamento chegaram a ser cotados em valores 20% acima dos negociados antes da paralisação. Quando a situação se normalizar, os balanços entre oferta e demanda serão revistos”, afirma Maurício.

Ainda assim, Maurício não acredita em retração na quantidade de animais confinados. Levantamento realizado pela empresa em 2017 identificou 4,57 milhões de cabeças terminadas com dietas intensivas no cocho, indicando que a estimativa do total de animais confinados no Brasil pode estar subestimada.

Nesse contexto, a pastagem ganhará atenção especial na expedição em 2018. As observações a campo, quando cruzadas com as informações fornecidas pelos pecuaristas, o acompanhamento dos pastos amostrados por imagens de satélite e as informações estatísticas disponíveis apontam uma redução da área de pastos, resultado do maior aporte tecnológico na produção. “A divulgação de estudos recentes sugere conclusões que não correspondem às observações técnicas e ao cruzamento da base estatística disponível sobre pastagens. Em recentes publicações, análises indicam área de pastagens com variações de 30 milhões de hectares, o que dificulta o processo decisório dos profissionais dedicados à pecuária”, esclarece Nogueira.

Turbulência

O Rally da Pecuária, maior expedição técnica privada com foco nas condições da bovinocultura no Brasil, percorrerá em 2018 cerca de 60 mil quilômetros nos principais polos pecuários. As equipes realizarão 12 eventos com pecuaristas e profissionais do mercado com o tema “Planejamento e foco em ambientes turbulentos”, com atenção nas estratégias que definirão a permanência dos pecuaristas no setor nos próximos anos, afirma Maurício. Estão previstas ainda outras 18 oficinas da produtividade, encontros e debates com produtores e técnicos ao longo do trajeto.

A expedição vai a campo entre os dias 18 de junho e 1 de setembro com 7 equipes técnicas que visitarão 11 Estados (Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Pará, Mato Grosso, Rondônia e Acre). Entre os dias 1 e 19 de setembro, a equipe técnica finalizará as análises dos dados obtidos em campo, que irão compor os relatórios distribuídos.

O Rally da Pecuária, organizado pela Athenagro e Agroconsult, é patrocinado por Corteva Agriscience™, Divisão Agrícola da DowDuPont, JBS, OCP, Ourofino Saúde Animal, Phibro Animal Health, Santander e Amarok / Volkswagen, com apoio do GTPS (Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável), Agrosatélite, Webmotors e FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Sobre a Athenagro

Mauricio informou que a Agroconsult Pecuária passa a se chamar Athenagro, empresa que seguirá atendendo as demandas do setor de proteínas. “A mudança é consequência natural da diferença entre ambas as atividades. A opção de trocar o nome possibilita maior liberdade de atuação para a Athenagro”, diz.

Segundo ele, a decisão foi formulada no final de 2017 e vem sendo implementada desde janeiro de 2018. A divisão de pecuária operou de 2013 a 2017 sob a marca Agroconsult.

A Agroconsult agora, segundo Maurício, ficará focada na logística, organização e administração da rotina do Rally da Pecuária, enquanto a Athenagro se dedicará ao conteúdo e à construção e execução do projeto técnico, assumindo maior autonomia nas decisões relacionadas à pecuária.

Fonte: GLOBO RURAL

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