Durante a primeira semana de dezembro, a Fundação Neumann do Brasil, membro da rede Hanns R. Neumann Stiftung, que trabalha com mais de 150 mil produtores de café e cacau espalhados pela América Latina, África e Ásia, realizou o primeiro concurso de qualidade de café no Brasil através do Programa Força Café. O programa é apoiado pelo Fundo Multilateral de Investimento (FUMIN) do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a International Coffee Partners[1] (ICP), a Fondazione Giuseppe e Pericle Lavazza Onlus e a Tim Hortons.

Um total de 394 produtores de 17 municípios do Sul e Matas de Minas participaram do concurso. Destes, 35 lotes foram selecionados para o evento final. O projeto visa desenvolver um trabalho positivo para os cafeicultores familiares não só promovendo ações para o aumento da produtividade, eficiência e qualidade dos cafés, mas também facilitando opções de mercado e empresariais para os produtores e suas organizações. “Esse foi um momento importante e que almejou os pequenos produtores. Há sete anos viemos planejando o que fazer para contribuir não só com os produtores, mas também com os compradores de café, dar a eles a oportunidade de conhecer melhor um bom café”, afirma o diretor geral da Fundação Neumann do Brasil, Elio Cruz de Brito.

Os cafeicultores familiares tiveram a oportunidade de mostrar com satisfação a um grupo de provadores representantes de empresas importadoras e torradoras internacionais como é trabalhar com o café e fazer parte do projeto. “Meu pai sempre cultivou café e eu continuei, o café é tudo pra mim e para a minha família. E com a ajuda da Força Café eu cada dia cresço mais, eu tinha dúvidas, e consegui esclarecer, aprender para não perder”, afirmou Marcilio Orquízio, produtor da região de São Francisco de Paula (MG).

No decorrer da semana, os compradores e torrefadores da Italia, Rússia, Canadá e Estados Unidos que participaram do encontro, puderam conhecer melhor todo o processo do café, com visitas às lavouras e degustação, para selecionar o melhor café natural e semi-lavado. “Eu qualifiquei alguns cafés e fiquei impressionado, eu nunca vi aqui no Brasil uma comunidade de pequenos produtores, e eles estão tentando fazer algo melhor, além da expectativa. O café brasileiro é um dos mais usados, para fazer um 100% arábica, não tem como não usar o brasileiro”, enfatiza Michele Mastrantuono, representante da empresa Lavazza da Itália.

O concurso teve a colaboração da Stockler Comercial e Exportadora Ltda e das Fazendas Brasileiras (Fazenda da Lagoa) da NKG. Para a comercialização dos cafés vencedores foi organizado um leilão que teve início nesta segunda-feira (15) e se encerra na quinta-feira (18) através de uma ferramenta online.