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Produtores rurais e estudantes visitam a vitrine da Embrapa na Expozebu 2017

Cerca de 500 produtores rurais, estudantes e interessados nos temas Integração Lavoura- Pecuária-Floresta e plantas forrageiras visitaram a vitrine da Embrapa montada na Estância Orestes Prata Tibery Junior, dentro da programação deste ano da Expozebu, em Uberaba (MG)


Publicado em: 15/05/2017 às 13:45hs

Produtores rurais e estudantes visitam a vitrine da Embrapa na Expozebu 2017

Uma equipe formada por pesquisadores e analistas da área de Transferência de Tecnologia da Embrapa e por instituições parceiras atendeu os visitantes de quarta-feira (3) até a manhã do último sábado (6). Os atendimentos também foram realizados numa van adaptada para feiras e exposições que ficou estacionada no Parque Fernando Costa.

Uma das pessoas que estiveram na Estância a procura de informações da Embrapa foi a pecuarista Márcia Varejão, de Resplendor (MG). Ela conta que foi depois de assistir a uma palestra da Embrapa no passado que ela resolveu implantar em sua propriedade no Leste de Minas Gerais uma área experimental de Integração Lavoura-Pecuária. “Mesmo tendo sido apenas uma experiência piloto, foi a salvação da lavoura, literalmente”, brincou. Ela implantou 10 hectares de ILP em sua propriedade de 405 hectares. “Mesmo com os problemas que enfrentei nesse início, ainda consegui 40 toneladas de silagem por hectare. E ainda tem um rebrota de sorgo que estou botando o gado. Estou aqui este ano, pois quero expandir a área e toda a informação é bem-vinda”, ressaltou.

Quem esteve na área da Embrapa na Estância teve a oportunidade de visitar as parcelas de forrageiras plantadas no local. Os visitantes também puderam assistir a palestras sobre ILP e ILPF e sobre as variedades de forrageiras. Coube ao pesquisador João K. tratar da integração. Ele traçou um histórico dos sistemas de ILP já criados, que vão desde o Sistema Barreirão (1991), de recuperação/renovação de pastagens degradadas, até o Sistema São Francisco, de sobressemeadura, recém lançado, passando pelo Santa Fé, Santa Brígida, São Mateus, Santa Ana e Sistema Vacaria, que está para ser lançado. “Tem sistema para todo mundo. E se o produtor não gostar de nenhum ele pode fazer sucessão ou rotação”, explicou.

Para o especialista, um dos grandes ganhos da tecnologia, protagonista da última revolução agrícola, foi permitir que a terra da propriedade pudesse ser cultivada em 100% do tempo. “Antigamente, a agricultura usava a terra de 40 a 50% do tempo, depois entrou o milho safrinha e aumentamos esse percentual para 80%, com o componente florestal o solo está sendo usado o tempo todo”. O pesquisador enfatizou os benefícios advindos com a implantação dos sistemas integrados. “A pecuária, por meio da pastagem, ajuda a produzir mais grãos, por sua vez a agricultura ajuda a formar um pasto de qualidade porque temos adubação. Raramente um pecuarista aduba pasto, então quando adubamos a soja fica o residual...vocês já viram que coisa linda uma braquiária depois de um plantio de soja”, instigou.

O pesquisador Allan Ramos abordou as novas opções de plantas forrageiras disponíveis no mercado, com ênfase nos últimos lançamentos BRS Quênia e BRS Ipyporã. “Considero esses dois materiais marcos na nossa empresa no que se refere a forrageiras”, ressaltou. O híbrido de Panicum maximum BRS Quênia é uma cultivar de elevada capacidade produtiva e de excelente qualidade, de porte intermediário e de fácil manejo, o que proporciona altos níveis de ganho de peso animal. Já o híbrido BRS Ipyporã é resultado de cruzamento entre Brachiaria ruziziensis e Brachiaria brizantha. “O principal diferencial dessa cultivar é sua resistência à cigarrinha da cana (Mahanarva), assim como às demais cigarrinhas típicas das pastagens”.

Segundo o pesquisador, há hoje no mercado uma diversidade de opções de plantas forrageiras voltadas a diferentes sistemas de produção. “Isso, apesar de muito bom, dá mais responsabilidade”, afirmou. Para facilitar na hora da tomada de decisão, ele sugeriu que os técnicos utilizem o aplicativo Pasto Certo, desenvolvido pela Embrapa. O app permite o acesso, de forma rápida e integrada, das características das principais cultivares de forrageiras tropicais lançadas pela Embrapa e outras de domínio público. Com ele, é possível identificar/diferenciar as cultivares e se informar sobre as principais recomendações de uso e restrições de cada cultivar.

Parceria – na manhã da sexta-feira (5), foi realizada na sede da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) uma reunião que contou com a participação da Embrapa, Unipasto, Banco do Brasil e Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu). O objetivo do encontro foi ampliar a parceria Embrapa/ABCZ com a inclusão de novas instituições e ampliação das ações conjuntas. “A Embrapa já tem um histórico de parceria com a ABCZ, não só na parte de genética animal, mas também de alimentação animal, principalmente dentro do sistema de ILP que a gente já desenvolve na Estância. A ideia é que outros parceiros se juntem a nós para que a gente possa desenvolver e transferir mais tecnologia para o produtor, além de estimular a pesquisa em conjunto com instituições de ensino como a Fazu”, afirmou o chefe-geral, Claudio Karia.

Um dos assuntos discutidos na reunião foi a possibilidade de criação de uma agência do Banco do Brasil especializada em agronegócios a ser inaugurada dentro do Parque Fernando Costa. De acordo com o diretor administrativo da ABCZ, Rivaldo Borges, essa será uma importante conquista para toda a comunidade rural, já que a obtenção do crédito agrícola é fundamental para que o produtor tenha acesso às tecnologias. De acordo com Karia, a Embrapa busca sempre detectar possíveis problemas que os produtores enfrentam para a aquisição do crédito. “Se for algum entrave técnico tentamos resolver. Foi o caso do plantio de milho consorciado com braquiária. Nós da Embrapa desenvolvemos essa tecnologia e hoje já existe um zoneamento para isso, o que proporciona a liberação do crédito rural para esse fim”, afirmou.

Fonte: Embrapa Cerrados

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