Preços Agropecuários

Preços pagos por carne suína em Minas recuam 10,8%

A queda de 26,8% verificada nos volumes embarcados de carne suína em Minas Gerais no primeiro bimestre do ano provocou aumento da oferta do produto no mercado interno e, consequentemente, redução expressiva nos preços pagos ao suinocultor


Publicado em: 13/03/2018 às 11:20hs

Preços pagos por carne suína em Minas recuam 10,8%

Em uma semana, os valores retraíram 10,8% e a tendência é de que haja novo recuo. A situação da atividade é considerada desafiadora, uma vez que os custos de produção estão registrando alta, enquanto o preço recebido pelo quilo do suíno vivo está abaixo do necessário para garantir lucro.

De acordo com o vice-presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), José Arnaldo Cardoso Penna, a demanda pela carne suína está enfraquecida tanto no mercado externo como no interno, o que agrava a situação do setor.

Em relação aos embarques, segundo os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), no primeiro bimestre de 2018, as exportações de carne suína no Estado caíram 35,1% em faturamento, que somou US$ 5,2 milhões. No intervalo, foram destinadas 2,87 mil toneladas de carne suína para o exterior, queda de 26,8% frente a igual bimestre de 2017.

“Com o menor volume exportado, houve um desequilíbrio entre a oferta e a demanda no mercado interno. A consequência foi uma queda significativa nos preços pagos pelo quilo do suíno vivo”, disse Cardoso Penna.

Segundo os dados da Asemg, o quilo do suíno vivo estabelecido em acordo entre frigoríficos e produtores foi de R$ 3,30, no dia 9 de março, com validade para esta semana. O valor está 10,8% menor do que o fechado na primeira semana do mês, quando o quilo foi negociado a R$ 3,70. Em relação a igual período do ano anterior, o recuo chega a 26,6%, uma vez que o quilo do suíno vivo estava cotado a R$ 4,50, na segunda semana de março de 2017.

“Fechamos o valor de R$ 3,30 na sexta, mas alguns frigoríficos já estão pagando R$ 3,20 pelo quilo do animal vivo. Alguns produtores relataram que os compradores avisaram que o preço cairá ainda mais ao longo da semana, podendo recuar para R$ 3,00”.

Situação crítica

Cardoso Penna explica que além da retração expressiva verificada nas exportações de carne suína, a taxa elevada de desemprego e a redução da renda das famílias são fatores que também estão contribuindo para que o mercado interno não absorva a produção e ocorra queda nos preços pagos aos suinocultores.

Com o recuo dos preços, a situação da atividade é considerada crítica. Cardoso Penna relata que o custo de produção do quilo do suíno vivo gira em torno de R$ 3,80 e, em algumas regiões, chega a R$ 4,00. Recebendo, em média, R$ 3,30 pelo volume, o produtor acumula prejuízos.

Os custos elevados estão atrelados à valorização dos preços do milho e do farelo de soja. De acordo com o representante da Asemg, em um mês, a saca de 60 quilos de milho passou de uma média de R$ 32 para R$ 42, o que significa uma alta de 31,25%.

Já o farelo de soja passou de R$ 950 a tonelada para R$ 1.270, levando em consideração o mercado de Uberlândia, região que concentra grande parte da produção de grãos e tem preços mais acessíveis.

“O momento é muito delicado, e o suinocultor precisa estar atento aos custos de produção e à gestão das unidades produtoras, o que é importante para tentar minimizar os prejuízos”, disse Cardoso Penna.

Fonte: Diário do Comércio

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