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Políticas de abastecimento de alimentos hortigranjeiros são discutidas em Seminário

A primeira sessão do Seminário “Alimentos Hortigranjeiros de Qualidade – Do Campo à Mesa”, realizado no Dia Mundial da Alimentação, 16 de outubro, reuniu importantes autoridades do setor agropecuário na CeasaMinas, no entreposto de Contagem


Publicado em: 26/10/2015 às 09:45hs

Políticas de abastecimento de alimentos hortigranjeiros são discutidas em Seminário

Entre elas, estiveram presentes o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Dr. João Cruz Reis Filho e o deputado estadual João Alberto Paixão Lages (PMDB).

O evento foi uma iniciativa da Comissão de entidades ligadas ao setor agropecuário mineiro, que se reuniram e formaram a Comissão Agenda Conjunta, composta por representantes das seguintes entidades: APHCEMG, ACCeasa, CeasaMinas, COOPHEMG, Seapa, Emater/MG, IMA, e Unifemm/Uniceasa.

Logo após a abertura oficial o Secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Dr. João Cruz Reis Filho, ministrou uma palestra que abordou o tema “Políticas de Abastecimento para Assegurar Alimentos Hortigranjeiros de Qualidade do Campo à Mesa”. Na oportunidade, João Cruz chamou a atenção para a gravidade do desperdício de alimentos recorrente, em meio à um período de instabilidade econômica no País. Dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), afirmam que um terço dos alimentos do mundo é desperdiçado. “Não podemos compactuar com esse desperdício”, enfatizou. “Se a África tivesse a mesma postura de consumo das grandes potências, nossa produção alimentar seria insustentável.”

João Cruz, que aposta na superação da crise política para sair da instabilidade econômica, afirma que é um momento de oportunidades para o setor agropecuário. Segundo ele, o setor da economia brasileira mais competitivo e dinâmico em âmbito nacional e internacional é a agropecuária. Ainda de acordo com o secretário, a crise afeta, sobretudo, o consumo de produtos supérfluos, mas o alimento continua sendo a exigência básica da existência humana. “Eu não tenho dúvida de que o setor que vai ajudar o país a sair da crise é o agrícola”, destaca. Segundo ele, a competitividade do setor, aliada à ciência e tecnologia aplicada, aos avanços de pesquisa agropecuária e à presença de produtores qualificados, tende a promover um cenário favorável à produção alimentar. “É uma atividade fundamental para a sobrevivência humana”.

A análise ganha força através do discurso do deputado João Alberto. “Se a gente tem visto um setor que tem ido bem, é o setor do agronegócio. O agronegócio tem demonstrado uma pujança, uma força, e é a grande vocação não só de Minas, como do Brasil”. João Alberto avalia que a crise político-econômica traz impactos para todos os setores, mas que a agropecuária é pouco sensível às instabilidades econômicas. “A gente tem dado demonstração através dos nossos produtores, das centrais de abastecimento, do País afora, que é um setor que tem conseguido alcançar números positivos, mesmo com todas as dificuldades apresentadas pela crise”, comenta.

Em termos de políticas públicas para a promoção da garantia de qualidade dos alimentos, o deputado avalia que é necessário um estímulo nacional. Entretanto, ele pondera que uma das medidas já adotadas em Minas Gerais, é a união das entidades do setor, representando todos os segmentos agropecuários.

O deputado destaca ainda que existe um projeto de lei (PL 174) que visa estimular a produção e o consumo, trazendo inserções no processo produtivo para melhorar a qualidade dos alimentos, como a presença de técnicos da área de classificação, rastreabilidade, rotulagem e utilização adequada de embalagens. Trata-se de um projeto de implementação de ações que estimulam a melhoria dos produtos e trazem garantia de sanidade aos alimentos que chegam até a mesa do consumidor.

Ainda segundo João Alberto, a questão do desperdício não será resolvida por projeto de lei. Ele enfatiza que as perdas acontecem, sobretudo, no momento da pós-colheita, e em virtude da ausência de consumo consciente. “Nós precisamos de políticas públicas para pesquisa agropecuária, ciência e tecnologia e desenvolvimento de mecanismos de pós-colheita”. Ou seja, as cadeias de transporte e acomodação são processos que exigem melhorias, mas ainda são insuficientes para garantir a diminuição do desperdício. João Alberto ressalta que existe a necessidade de uma reeducação consciente, que crie hábitos de consumo mais sustentáveis e com maior aproveitamento de alimentos. “Então nós precisamos, substancialmente, de ciência e tecnologia para conservação e educação para nossa população”, finaliza.

Fonte: AGROPEC

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