Aquicultura e Pesca

Piscicultura e agricultura são fortalecidas pela qualidade dos recursos hídricos de Rondônia

Em primeiro lugar no ranking nacional de criação de peixes nativos de água doce, a produção de Rondônia não para de crescer, sendo registradas 94 mil toneladas em 2016, uma diferença de nove toneladas para 2015, quando foram produzidas 85 toneladas


Publicado em: 20/03/2018 às 10:00hs

Piscicultura e agricultura são fortalecidas pela qualidade dos recursos hídricos de Rondônia

Os dados foram da Gerência de Pesca, Aquicultura e Manejo da Fauna, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam).

Segundo a gerente, Marli Lustosa, para que a produção e a economia do setor continuem crescentes, as condições da água são os fatores mais importantes. “Para se ter uma boa produção, a qualidade da água também tem que ser boa, é o princípio de tudo. O estado está à frente dos maiores produtores de peixe no Brasil e o nosso potencial é a água e nossos vastos cursos hídricos que saem em vantagem em relação aos outros estados. Temos um PH predominantemente ácido, mas tem municípios com PH considerado bom, na média de 6 ou 7”, explica.

A média de produção no estado, por hectare de lâmina de água, é de seis toneladas de peixe. “Tem empreendimentos que fazem de 8 a 12 toneladas, tudo porque existe o trabalho de correção da água dentro dos parâmetros ideais de acordo com a resolução Conama 413, que trata sobre a qualidade de água doce. Agora estamos fazendo o levantamento de 2017 para fazermos o comparativo, que certamente deve bater o do ano anterior, já que a produção é crescente e contínua”, diz a gerente.

Rondônia tem aproximadamente 4.500 produtores com tanques cadastrados, estando localizados no Vale do Jamari os maiores empreendimentos, mais precisamente em Ariquemes, onde se concentra o maior número de produção, considerando os municípios da região onde a qualidade da água é boa, como Cacaulândia, Vale do Paraíso.

No Vale do Machado é onde se concentra a agricultura familiar, com maior número de produtores em menor volume hídrico, esses com até cinco hectares de lâmina de água. “Já os que estão incluídos como médios produtores, trabalham com volume acima de cinco até 50 hectares de lâmina, e de 50 para cima são os grandes produtores, previstos pela resolução que define o porte de empreendimentos. Com frequência acelerada temos novos empreendimentos que já estavam implantados sendo cadastrados”, revela Marli Lustosa.

O peixe de Rondônia abastece não só ao estado, mas a outros 12 estados brasileiros: Tocantins, Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Distrito Federal, Pará, Maranhão, São Paulo e Paraná. Além disso, as escolas públicas locais dão preferência para a agricultura familiar, com o peixe que sai processado pelas agroindústrias.

IRRIGAÇÃO

Para a agricultura a água também desempenha papel vital. Segundo o extensionista rural da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia (Emater), Antônio Ferreira – especialista em Irrigação e Drenagem, a água corresponde de 80 a 90% da massa dos tecidos vegetais em crescimento, motivo pelo qual a irrigação aumenta a produtividade das culturas, quando realizada de modo eficiente e racional.

“Muitas regiões são caracterizadas por apresentarem precipitações pluviométricas insuficientes ou mesmo mal distribuídas, propiciando redução ou descontinuidade na produção agrícola. Dessa forma, o regime pluvial anual de determinada região pode ser suficiente para atender plenamente às exigências das culturas, porém, em determinados períodos pode ser insuficiente, ou mesmo esporadicamente podem ocorrer veranicos que comprometem o crescimento, o desenvolvimento e a produtividade das culturas”.

Na região do município de Ji-Paraná, por exemplo, o extensionista explica que “a distribuição temporal das chuvas é suficiente para atender às exigências hídricas das culturas nos meses de janeiro a abril, e de outubro a dezembro, porém, de maio a setembro não satisfaz à demanda, quando se faz necessária a técnica de irrigação, com uso de recursos de fontes superficiais, como rios, igarapés, represamentos de cursos de água, banhados, afloramentos do lençol freático, e reservatórios escavados”.

Já o tratamento da água, para melhoramento da qualidade, ainda está em processo inicial. “Geralmente é utilizada apenas a filtração, e como se não bastasse, o alto custo de filtros de areia induzem os irrigantes a usarem apenas filtros de tela ou discos. As principais culturas irrigadas na região são a cafeeira, pastagens, hortaliças, e fruteiras em geral”, completa Antônio.

O extensionista acrescenta ainda que, através de um elenco diversificado de metodologias próprias do serviço, a EMATER-RO vem promovendo o planejamento e execução de ações, para a difusão de conhecimentos técnicos e a consolidação de tecnologias focadas na agricultura irrigada com ênfase nos cultivos regionais

Tais ações incluem, entre outros, conhecimentos técnicos relacionados ao dimensionamento e manutenção de sistemas de captação e armazenamento de águas pluviais, dimensionamento, implantação e manejo de sistemas de irrigação, uso racional dos recursos hídricos, geração e adaptação de tecnologias de produção sob regime de irrigação e assistência técnica de modo a permitir altas e contínuas produtividades economicamente viáveis, socialmente justas e ambientalmente sustentáveis.

Fonte: Governo do Estado de Rondônia

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