Com perspectiva de bons preços e clima propício, o próximo plantio de trigo deverá ser “bom no Brasil”. “Nas conversas mantidas com vários setores de trigo percebemos que, realmente, é possível que, neste ano, a área plantada com este cereal tenha uma pequena recuperação em relação ao ano passado”, afirma o analista da T&F Consultoria Agroeconômica, Luiz Fernando Pacheco.

Para corroborar sua expectativa, o especialista relembra as projeções climáticas feitas na semana passada pelo “melhor Instituto de Climatologia do mundo”, que segundo ele é o da Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos. O órgão projeta condições de chuva no plantio e nas fases intermediárias do cereal de inverno, mas tempo seco na colheita – o que “seria mais ou menos ideal para as lavouras”, diz Pacheco.

Por outro lado, destaca ele, os preços oferecidos aos agricultores agora, para entrega em setembro (R$ 36,00/saca no Rio Grande do Sul e R$ 38,00-41,00/saca no Paraná) cobrem os custos de produção. Esses valores foram atualizados pelo Deral (Departamento de Economia Rural do PR) em fevereiro para R$ 38,07/saca para quem produz somente 48 sacas/hectare.

“O restante é lucro puro. Se a crença dos agricultores, de que qualquer lucro é bom e um ‘prejuízo’ até 10% é suportável, diante dos benefícios que traz para o plantio das safras de verão, então a safra deste ano tem tudo para ser muito boa: boa produtividade (pelas chuvas nos períodos de enchimento do grão); tempo seco na colheita (que evita doenças, como giberela, mofo branco e outras) e preço que cobre os custos. Um sonho para qualquer triticultor”, conclui.