Gestão

Para produtor baiano, Plano Safra é a mesma coisa

Sem regras estáveis e com incertezas políticas, setor continua inseguro para realizar investimentos duradouros


Publicado em: 12/06/2018 às 09:00hs

Para produtor baiano, Plano Safra é a mesma coisa

“Tanto quanto o anterior”, diz, dando de ombros, o presidente da AIBA (Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia) Celestino Zanella a quem o pergunta sobre o novo Plano Safra, principal programa de crédito e de subsídios para o agronegócio do Governo Federal anunciado nesta quarta-feira (06/06). Para ele, as incertezas políticas do país continuam o principal entrave para os investimentos rurais. “Ainda nem sabemos quem serão os candidatos da próxima eleição. A incerteza na política nos torna mais conservadores nos investimentos em infraestrutura, armazenagem. Mesmo tendo dinheiro disponível, qualquer pessoa deixa de investir em irrigação, por exemplo, pois pensa no que pode vir a acontecer nos anos todos que duram o financiamento”, afirma o titular da principal entidade representativa da região agrícola baiana, com 2,25 milhões de hectares plantados.

O Plano Safra 2018/2019 destinará R$ 191,1 bilhões ao crédito rural, entre outras linhas de incentivos, somando um total de R$ 194,3 bilhões. Mesmo as novidades consideradas positivas - como a redução média das taxas de juros entre 1% e 1,5% e a possibilidade de o produtor escolher entre a modalidade de crédito controlado ou livre – não animaram o presidente da AIBA de que desta vez a tomada de crédito para o campo ganhará fôlego. “Não creio em mudanças. As melhorias não têm sido concretizadas. O produtor rural é o típico cara que ganha um dinheirinho e mexe na propriedade. Se estiver mais capitalizado, ele tenta a menor incerteza. Se tivéssemos confiança de que as regras permaneceriam nos próximos cinco anos, investiríamos mais”, disse Zanella. “Taí . O governo poderia renovar o Plano Safra a cada cinco anos, em vez de a cada ano”.

Mudanças em análise

Em posição diferente, o gerente executivo do Banco do Brasil Antonio José Banhara destaca como bons atrativos o novo valor liberado e o custo menor dos empréstimos no novo pacote do governo. “O que traz de melhor são o aumento dos valores nas linhas e a redução de juros, como em crédito de custeio, que a partir de 1° de julho, passará de 8,5% para 7%”, diz. A edição do plano safra anterior (2017/2018) previa um total de 190,25 milhões em financiamentos e incentivos, ante R$ 194,3 bilhões anunciados esta semana (2018/2019).

Fonte: Globo Rural

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