Apicultura

Os avanços da apicultura em Quilombo

A apicultura em Quilombo, oeste catarinense, obteve avanços expressivos ao longo dos últimos anos


Publicado em: 10/01/2017 às 09:00hs

Os avanços da apicultura em Quilombo

Este fato se deve, especialmente, pelas ações que iniciaram em 2011 com o objetivo de fortalecer o segmento na região. O projeto surgiu quando os apicultores se mobilizaram em parceria com o Sebrae/SC, o poder Público Municipal, a Associação de Apicultores e Meliponicultores de Quilombo (AAMQ) e outras entidades.

Na época, os 10 produtores associados à AAMQ contavam com 210 colmeias e produziam em média 14 kg caixa/ano. Atualmente, o grupo é formado por 28 apicultores que juntos possuem 1.200 colmeias e produzem, em média, de 25 a 30 kg por caixa/ano. A safra 2016/2017 encerrará com 1.200 colmeias e aproximadamente 30.000 toneladas do produto que serão comercializados em embalagens rotuladas e também a granel.

Os trabalhos, desenvolvidos por meio do Programa de Desenvolvimento Econômico Territorial (DET) iniciaram com um diagnóstico para identificar a real situação da apicultura no município. De acordo com o consultor credenciado ao Sebrae/SC, Neuri Ribolli, na época, não havia acompanhamento técnico. Os produtores usavam caixas fora do padrão, apiários mal dimensionados e pouco manejo. A atividade estava em estado de abandono, o que a tornava inviável pela baixa produtividade.

Com a formalização da parceria, o Governo do Estado liberou recursos para a construção da Casa de Extração e Envase do Mel e viabilização dos equipamentos. O Instituto Saga e o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Meio Ambiente (Cidema) fornecem assistência técnica para viabilizar a inspeção que está em fase de aprovação pelo Cidema. “Temos modelo de layout para rótulo em processo de aprovação para colocar no mercado. A Casa está autorizada a funcionar e conta com assistentes técnicos. As parcerias com o Sebrae/SC foram tecnicamente importantes para a efetivação da estrutura e equipamentos. Os produtos devem entrar no mercado no início de janeiro”, realça o presidente da AAMQ, Julcemar Francisco Toazza.

As ações, implementadas pelo DET contemplaram consultoria individual, escolha de locais para a construção de novos apiários, aquisição de colmeias padronizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), transferência dos enxames para colmeias novas, manejo de inverno e primavera, sistema de criação de novos enxames pelo processo de nucleação, boas práticas de higiene, alimentação energética e proteica, avaliação comportamental dos enxames, genética rainha, sanidade apícola e consultorias teóricas, além de práticas individual e coletiva.

As abelhas produzidas em Quilombo são as apismeliferas africanizadas. Responsáveis pela produção de mel, própolis, geleia real, pólen e cera, elas também servem como importantes polinizadoras em pomares de frutas cultivadas comercialmente, contribuindo para obter maior produtividade. Além de proporcionar produtos saudáveis à população, exercem papel significativo na preservação dos ecossistemas existentes.

O coordenador regional oeste do Sebrae/SC, Enio Albérto Parmeggiani, assinala que o sucesso na apicultura depende cada vez mais do processo produtivo do negócio e dos pilares que sustentam a produção como infraestrutura, manejo adequado, gestão de pessoas e recursos. “Para que o segmento cresça e se desenvolva, é preciso que proporcione resultado econômico suficiente para cobrir todos os gastos, remunere o empreendedor e gere renda suficiente para manter o produtor na atividade. É para isso que trabalhamos, ou seja, para preparar o apicultor para a utilização de tecnologias e métodos adequados de produção, visando que ofereçam um produto de qualidade ao mercado e obtenham renda e sustentabilidade nos negócios”.

ASSOCIATIVISMO

A AAMQ surgiu em 1992 tendo como principal objetivo legalizar a atividade. “Na época, comercializar era difícil. Foi feito um trabalho para formalizar, agregar valor financeiro ao produto e salvar as abelhas em virtude do papel que desempenham na autossustentabilidade do planeta. Com isso, os associados passaram a se reunir uma vez ao mês e procuraram a prefeitura, o Sebrae/SC e outras entidades. Conseguiram um terreno por meio de doação de um associado para a viabilização e elaboração do projeto. Surgiram parcerias com o poder público municipal e estadual”, explica Toazza.

Segundo o presidente da AAMC, são inúmeras as vantagens da produção de abelhas. “Tudo o que apismelífera produz é benéfico à saúde e a autossustentabilidade do planeta depende das abelhas. A apicultura é algo real, palpável e lucrativa em todas as dimensões”, completa.

A Casa do Mel atenderá todas as regiões. “As expectativas são excelentes, os apicultores estão motivados a investir cada vez mais, tanto tecnicamente em conhecimentos, quanto em material de qualidade padronizado. O retorno financeiro já é visível. O mercado está aberto e tem procurado cada vez mais. O preço é bom e os produtores não têm dificuldade em vender. A produtividade é boa e temos excelentes expectativas para a safrinha de fevereiro e março”, conclui.

O objetivo da associação está acima de qualquer interesse particular e atende o convênio com o Sebrae/SC. Além disso, visa agregar conhecimento atualizado na área de várias formas, participando de congressos, cursos, treinamentos, palestras, missões técnicas intermediadas e custeadas pelo Sebrae. Outros aspectos valorizados pela entidade incluem operacionalizar conhecimento atualizado para agregar valor financeiro ao apicultor, fomentar nos associados a confiança recíproca, a solidariedade operacional no manejo apícola e o trabalho solidário entre os apicultores, pois o sucesso da apicultura sempre dependerá de uma associação forte.

Toazza destaca, ainda, que a AAMQ foca no atendimento às necessidades do associado com conhecimento, insumo e material de consumo. Os objetivos operacionais incluem manejo apícola de acordo com as alterações climáticas, desenvolver a cultura de alimentar as abelhas da região, pois a maior doença delas é a fome. Outra medida importante é o melhoramento genético das abelhas e o controle da sanidade apícola, além da nucleação com vistas à ampliação e sanidade dos apiários e o aumento da produtividade.

Fonte: MB Comunicação Empresarial/Organizacional

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