Gestão

Monsanto quer manter tecnologia Intacta após fusão com Bayer

A Monsanto quer manter a sua tecnologia de soja geneticamente modificada Intacta RR2 IPRO após a conclusão da negociação com reguladores para aprovar sua compra pela alemã Bayer, disse um alto executivo da empresa nesta quinta-feira


Publicado em: 03/10/2017 às 18:10hs

Monsanto quer manter tecnologia Intacta após fusão com Bayer

A transação de 66 bilhões de dólares, que foi anunciada em setembro de 2016, criaria a maior companhia integrada de pesticidas e sementes do mundo.

Grupos que se opõem ao acordo no Brasil pediram ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para bloquear a transação ou forçar desinvestimentos, incluindo a tecnologia de semente Intacta da Monsanto e do negócio de herbicidas que contenham o glufosinato de amônio da Bayer.

Agências reguladores do Brasil, Estados Unidos e Europa estão trabalhando juntas para assegurar que a combinação das duas empresas não ameace o equilíbrio do mercado.

"Estamos muito confiantes que vamos manter a tecnologia Intacta na nova organização", disse Rodrigo Santos, o presidente para América do Sul da Monsanto, que falou ao concluir sua participação num evento em São Paulo.

"Embora estejam trabalhando em colaboração, cada autoridade anunciará uma decisão autônoma", disse Santos.

A Bayer está à frente das negociações com reguladores, disse ele, refutando a possibilidade de haver concentração de mercado que justifique a imposição de condições severas para obter a aprovação do acordo entre as empresas.

A Bayer, que fabrica medicamentos e pesticidas, prometeu desinvestir negócios com até 1,6 bilhão de dólares em vendas anuais caso seja exigido por reguladores anti-truste. As empresas esperam concluir a transação até o fim de 2017.

Um representante para a imprensa da Bayer não tinha um comentário imediato.

Os comentários do executivo da Monsanto evidenciam as dificuldades para a aprovação do acordo no Brasil, o mercado mais importante da Monsanto depois dos Estados Unidos. Produtores de soja, algodão, e sementes apresentaram oposição formal à aprovação incondicional do acordo pelo Cade.

Produtores de soja pediram que o Brasil force a venda das marcas, patentes e registros da Monsanto associados com a tecnologia Intacta, segundo documentos do Cade. Eles também pediram a venda da Agroeste Sementes SA, uma empresa obtentora de sementes matrizes da Monsanto, e da Credenz, que pertence à Bayer.

O Cade não quis comentar.

O acordo também impactará produtores de algodão, que alegam que as duas companhias deterão 14 das 15 biotecnologias aprovadas para o uso no mercado brasileiro, disse Rachel Mendonça, sócia da Mendonça e Nogueira Advogados, escritório que está representando três grupos que se opõem ao acordo.

Santos não quis comentar sobre temas específicos, acrescentando que a Bayer se comprometeu com autoridades a resolver quaisquer questões de competição que possam surgir com a transação.

Fonte: Reuters

◄ Leia outras notícias