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Integração Lavoura-Pecuária em solos arenosos permite exploração economicamente viável

A cada dia, fica mais evidente que o aproveitamento dos solos arenosos com pecuária ou lavoura exclusiva em longo prazo não é sustentável


Publicado em: 13/03/2018 às 13:40hs

Integração Lavoura-Pecuária em solos arenosos permite exploração economicamente viável

São comuns os casos de diminuição de produtividade quando as atividades são conduzidas isoladamente. Situação oposta ao que ocorre quando há a integração das atividades agrícolas e pecuária na mesma área, já que existe sinergia entre ambas, ou seja, uma beneficia a outra.

Dessa forma, a Integração Lavoura-Pecuária (ILP) permite a exploração dos solos arenosos de forma economicamente viável. De acordo com o Especialista em ILP e Professor da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE), Edemar Moro, a produção de carne na ILP é 10 vezes maior em relação à pecuária de baixo investimento.

“Os produtores devem ter alguns cuidados e práticas de conservação com o solo arenoso. É necessário utilizar o sistema de semeadura direta na palha, evitando ao máximo o revolvimento do solo, e mantê-lo vegetado o ano todo. Nos solos arenosos as plantas serão importantes mecanismos de estocagem de nutrientes, tendo em vista os baixos teores de argila e matéria orgânica desta classe de solo. A pior situação é deixá-lo sem vegetação, devido à erosão e perdas de nutrientes”, analisa.

As gramíneas forrageiras são as espécies mais indicadas para vegetar solos arenosos depois da lavoura de grãos, não só porque são fontes de alimento para os animais, mas também, pela capacidade de conferir proteção ao solo e produção de raízes. E esse sistema radicular exuberante da forrageira é um destaque que merece ser mencionado em virtude da profunda alteração que promove ao melhorar a estrutura física do solo.

Durante o período que os animais pastejam, ocorre constante renovação do sistema radicular com o surgimento e morte de raízes. Quando a pastagem é dessecada para implantação da agricultura, as raízes são decompostas, o que resulta na criação de canais que permitem o bom desenvolvimento das raízes das culturas anuais, além de favorecer a infiltração de água no solo.

“A palhada protege o solo contra erosão (laminar e por sulco) mantendo a fertilidade; contribui para evitar o aquecimento excessivo do solo; reduz as perdas de água por evaporação; e serve de barreira física para evitar que fungos causadores de doenças atinjam a parte aérea das espécies. Todos esses benefícios contribuem para aumento da produtividade das culturas agrícolas”, comenta.

Em solos arenosos esses benefícios são ainda mais expressivos, tendo em vista a fragilidade estrutural, a baixa fertilidade natural e a baixa capacidade de retenção de água. Solos arenosos devem sempre permanecer vegetados para protegê-los do impacto direto da chuva, para redução da temperatura da superfície, da perda de água e para armazenar carbono no sistema. Além disso, quando o solo permanece vegetado, ocorre à manutenção da ciclagem de nutrientes ao longo do ano e raízes promovendo a construção física do solo e formação de canais. Para que o sistema funcione corretamente, a utilização de sementes de qualidade é essencial. Quando se faz a implementação de forrageiras, o que se pretende é 100% do solo coberto, sem a presença de patógenos e contaminação com plantas daninhas.

Quando a semente é de baixa qualidade, esses benefícios não ocorrem, reduzindo o potencial de produção por área. Dessa forma, o produtor deve investir em sementes forrageiras com alto padrão de qualidade e uniformidade, como as oferecidas pela Barenbrug do Brasil, que investe em melhoramento genético e suas sementes incrustadas possuem índice de pureza elevadíssimo, superiores a 95%.

“A incrustação melhora a plantabilidade. O revestimento protege a semente até o momento de ocorrência de chuva no volume suficiente para germinação. Outro ponto importante é a possibilidade de se utilizar produtos que agregam valor a semente e concedem benefícios ao sistema, como micronutrientes, produtos biológicos, promotores de crescimento, estimulantes, entre outros”, aponta.

De acordo com o Professor, a matemática da ILP é diferente, pois 1+1=3 ou 2+2=5. Com o passar do tempo, esse resultado será ainda mais expressivo, já que a produção de grãos ganha estabilidade em áreas com palhada e física de solo construída. “Em contrapartida, será na fase da lavoura que acontece o ajuste químico e biológico do sistema. As gramíneas forrageiras viabilizam a produção de grãos em solos arenosos e a agricultura proporciona as condições de solo necessárias para explorar o potencial da pecuária, especialmente com pasto de inverno de alta qualidade. Na ILP ocorre uma perfeita sinergia entre as duas atividades”, finaliza.

Fonte: Barenbrug Brasil

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