Mercado Florestal

Fibria inicia atividades de fábrica de R$ 7,3 bilhões em Mato Grosso do Sul

Unidade é a segunda da companhia e tem o primeiro viveiro automatizado de eucalipto do mundo


Publicado em: 10/10/2017 às 18:50hs

Fibria inicia atividades de fábrica de R$ 7,3 bilhões em Mato Grosso do Sul

A Fibria, fábrica de celulose branqueada de eucalipto, iniciou com três semanas de antecedência, as atividades da fábrica de celulose Horizontes 2 (H2), em Três Lagoas (MS). A unidade é a segunda da companhia, teve um investimento de R$ 7,3 bilhões e conta com tecnologias sustentáveis de última geração, como o primeiro viveiro de mudas de eucalipto 100% automatizado do mundo e a inserção de caminhões “penta-trem”, um veículo de 50 metros de comprimento que transita somente nas áreas internas da fábrica, mas dobrou a capacidade de transportar matéria-prima até a fábrica.

Com o início das atividades da H2, o complexo de Três Lagoas passa a ser a maior fábrica de celulose de eucalipto branqueada do mundo (capacidade de 3,25 milhões de toneladas) e os balanços financeiros já elaborados pela companhia não descartam a construção de uma terceira unidade, a Horizontes 3 (H3) ou projetos voltados para a produção de bioóleo e lignina. Aires Galhardo, diretor de operações da Fibria, descartou que exista um cronograma já definido para isso. “Uma terceira fábrica não está descartada, mas ainda não temos um projeto concreto para novos investimentos”, afirmou Galhardo. A capacidade de todas as fábricas da empresa é de 7,25 milhões de toneladas de celulose.

A H2, de acordo com o diretor de engenharia da Fibria, Julio Cunha, já está gerando um excedente de energia em torno de 130 Mw e neste ano, deve produzir 377 mil toneladas de celulose branqueada até o final deste ano. A projeção, porém, é chegar a capacidade total de produção de 1,9 milhão de toneladas em 2020, que deve se manter até 2022.

Toda esta produção será escoada pelo modal ferroviário, a partir de um Terminal Intermodal que está sendo construído em Aparecida do Taboado, cidade distante cerca de 150 km, que terá interligação com a Ferrovia Norte-Sul. “Toda a produção será escoada por ferrovia até o Terminal de Macuco, no Porto de Santos, cerca de 900 quilômetros”, explicou Cunha. Essa ferrovia é de bitola larga (1,60 metros), diferente da utilizada para escoar a produção da Horizontes 1 (H1), que usa a bitola menor (1,00 metro). O terminal deve estar pronto até o final deste mês.

Florestas

Para suprir a demanda das fábricas instaladas em Mato Grosso do Sul, a Fibria calcula que necessita de uma área de pelo menos 308 mil hectares de florestas de eucalipto. Desse total, 121 mil hectares de florestas já são cultivadas para atender a demanda da H1 e 187mil hectares são cultivados para fornecer matéria-prima para a H2 (87% dessa área já está coberta por florestas). Todas as florestas estão instaladas em um raio de 100 quilômetros das fábricas.

De acordo com Galhardo, a conclusão do plantio de toda a área prevista (187 ha) está previsto para ocorrer no começo do ano que vem. “A Fibria planta seis árvores por segundo, em mosaico, integrando florestas nativas da região e eucalipto”, explicou. Como tem parceiros, a companhia disse que incentiva que os produtores parceiros pratiquem a integração pecuária-floresta (IPF), mas não pode interferir nesta decisão, que tem que ser do produtor.

Viveiros e o penta-trem

Dentre as principais novidades apresentadas junto com a nova fábrica, estão o primeiro viveiro totalmente automatizado de mudas de eucalipto do mundo, tecnologia semelhante e absorvida dos setores de produção de plantas ornamentais holandesas. “É possível produzir 43 milhões de mudas de eucalipto por ano, o que significa que este viveiro é três vezes mais produtivo que um viveiro tradicional”, explica Cunha. “A redução de custo fica em torno de 25% e passamos a deixar de usar tubetes convencionais, de plástico, substituindo-os por papel biodegradável”.

O viveiro conta com 24 robôs que realizam a seleção, plantio, diagnóstico e embarque automático das mudas e está instalado em uma área de 48 mil m². as atividades funcionam 24 horas por dia, todos os dias do ano e começou também em setembro.

Outra novidade foi a inserção de caminhões “penta-trem”, um comboio de 50 metros de comprimento e capacidade para transportar 120 toneladas de uma só vez. O bi-trem convencional utilizado pela maioria das indústrias carrega 70 toneladas. “Esse veículo não pode transitar em rodovias e estradas, mas circula entre as áreas florestais ligadas à fábrica e ajuda na redução de custo de produção”, diz Cunha. Atualmente, o custo de produção de celulose branqueada é US$ 116 por tonelada.

Curiosidades

- Para construir a unidade, foi necessário utilizar 2 milhões de m³ de terra, 225 mil ³ de concreto e 20 mil toneladas de aço e vergalhões.

- Para produzir 1 tonelada de celulose, são necessários 3,5 toneladas de madeira de eucalipto.

- Após ser retirada da floresta, a madeira de eucalipto chega na fábrica em caminhões, é picada (transformada em cavaco), empilhada e segue para uma caldeira, onde é cozida em alta pressão. Essa etapa transforma o cavaco em polpa marrom e processos vão transformando-a em polpa pré-branqueada e em polpa branqueada (essa fase tem 4 estágios) até se tornar uma folha de celulose.

Fonte: Globo Rural

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