Aceitos os números oficiais brasileiros, conclui-se que em abril e junho deste ano as exportações brasileiras de carne de frango in natura ficaram aquém das registradas pelos EUA. Não que o fato seja inédito, mas não foi registrado nos últimos quatro anos. Nesse período, aliás, foi em janeiro de 2015 que os embarques dos dois países estiveram mais próximos. Mesmo assim, o resultado brasileiro ficou quase 3,5% acima do norte-americano.

De acordo com a SECEX/MDIC, em abril e junho deste ano, em forte queda, as exportações de carne de frango in natura do Brasil ficaram limitadas a, respectivamente, 235.712 e 220.223 toneladas. Já o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) relata, para os mesmos meses, exportações de 264.472 e 258.697 toneladas, resultados que configuram adicional de 12% e 17% sobre os embarques brasileiros.

O mais provável, no entanto, é que esses fracos resultados sejam apenas aparentes e resultantes das mudanças internas efetuadas pela SECEX/MDIC no formato de captação dos dados das exportações brasileiras. Tanto que, após ficar negativo em abril, no mês seguinte o volume brasileiro superou o norte-americano em mais de 25% (a comparação junho/julho só será possível em setembro próximo, quando o USDA divulgar os resultados das exportações norte-americanas de julho passado). Além disso, no semestre, o volume exportado pelo Brasil – pouco mais de 1,715 milhão de toneladas, pelos dados corrigidos da SECEX/MDIC – ficou quase 11% acima do 1,546 milhão de toneladas dos EUA.