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Embrapa Pecuária Sul completa 40 anos de atuação nos Campos Sul-brasileiros

Criada em 13 de junho de 1975, a Embrapa Pecuária Sul está completando 40 anos de fundação


Publicado em: 17/06/2015 às 13:20hs

Embrapa Pecuária Sul completa 40 anos de atuação nos Campos Sul-brasileiros

Nessas quatro décadas de existência, a instituição foi fundamental para a consolidação da pecuária nos Campos Sul-brasileiros, contribuindo de forma significativa para o aumento da produtividade, qualidade e competividade da atividade. Atualmente, a unidade conta com 121 funcionários, sendo 31 pesquisadores e atua em diferentes áreas de pesquisa e desenvolvimento em bovinocultura de corte, bovinocultura de leite e ovinocultura.

Com a fundação da Embrapa em 1973 pelo governo federal, iniciou-se a formação de unidades descentralizadas com o objetivo de atender as necessidades de desenvolvimento da agropecuária nacional. Nesse processo, foi criada, em Bagé, a Unidade de Execução de Pesquisa de Âmbito Estadual (UEPAE), como uma das unidades da Embrapa. A unidade foi instalada na antiga Fazenda Cinco Cruzes, com uma área de cerca de 2,8 mil hectares, e que desde a década de 1930 pertencia ao Ministério da Agricultura e atuava como fazenda experimental. Na década de 1980, a unidade passou a ser o Centro Nacional de Pesquisa em Ovinos e em 1993 foi transformada no Centro de Pesquisa de Pecuária dos Campos Sul-Brasileiros (CPPSUL).

Para o Chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, Alexandre Varella, a unidade teve um papel importante na consolidação da atividade pecuária na região sul do Brasil. Segundo ele, o centro de pesquisa acompanhou de perto as necessidades do setor produtivo, sempre buscando atender as demandas dos diferentes setores envolvidos com a pecuária. “A Embrapa acompanhou as mudanças ocorridas na região, adaptando as linhas de pesquisas, o quadro de funcionários e sua infraestrutura para atender às necessidades das cadeias produtivas da bovinocultura de corte, bovinocultura de leite e ovinocultura”, ressalta Varella.

Nesses 40 anos, foram inúmeras as contribuições do centro de pesquisa de Bagé para a pecuária do Brasil. Entre elas, Alexandre Varella destaca o desenvolvimento da raça sintética Brangus/Ibagé, o desenvolvimento do programa de controle de endoparasitos em ovinos que reduziram consideravelmente a mortalidade de animais, a introdução e o correto manejo de espécies de forrageiras de inverno consorciadas nos sistemas de produção, as diversas técnicas de manejo dos rebanhos, como o desmame precoce de terneiros, o acasalamento de outono em bovinos, o melhoramento do campo nativo, o controle integrado de endo e ectoparasitos em bovinos, o desenvolvimento do novilho precoce para as condições do sul, entre tantas outras tecnologias importantes. “Foram tecnologias, práticas e recomendações que tiveram e continuam tendo grande impacto nos sistemas de produção dos campos sulinos, dando maior competitividade e qualidade à nossa pecuária”.

Com a chegada de novos funcionários e um aumento do quadro recentemente, o Chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul ressalta que a unidade continua contribuindo significativamente com o setor produtivo, procurando soluções para uma pecuária mais competitiva e sustentável. Como exemplos, Varella citou a continuidade nos estudos e desenvolvimento de tecnologias para o controle e prevenção da invasão do capim-anonni, a disponibilização de cultivares de forrageiras adaptadas à região, o desenvolvimento de produtos cárneos de ovinos, a integração lavoura-pecuária-floresta, o desenvolvimento territorial em apoio à pecuária familiar e o esforço institucional para agregar valor aos produtos diferenciados de origem animal produzidos nos Campos Sul-brasileiros. “Além disso, nos últimos anos estamos fortalecendo as relações com a extensão rural e assistência técnica, com o objetivo de levar as melhores tecnologias disponíveis a os produtores da região. Vale ressaltar os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos em cooperação com instituições como a Emater/RS, a Epagri, o Sebrae e o Senar, assim como as associações de criadores e de raças”.

Porém, Varella ressalta que ainda há muitos desafios pela frente. Nesse sentido, ele ressalta a continuidade de trabalhos em áreas importantes para o setor, como o melhoramento genético animal e vegetal, sanidade animal e nutrição animal, forrageiras e pastagens, sócio-economia e outras. Além disso, o dirigente apontou algumas temáticas que estão na agenda da unidade para os próximos 20 anos, como a agregação de valor aos produtos carne, leite, lã e pele, por meio de programas de certificação de qualidade e pelo reconhecimento comprovado dos diferenciais da produção pecuária, viabilizando a conquista de novos mercados.

Segundo Varella, a pesquisa também está trabalhando para o incentivo a uma pecuária inserida em sistemas de produção que preconizem o uso racional dos recursos naturais e com eficiência técnica, produtiva e econômica. Ainda de acordo com ele, a unidade está se esforçando paras solucionar problemas emergenciais da pecuária como os causados pelo complexo carrapato/Tristeza Parasitária Bovina e a recuperação de pastagens degradadas com o combate às plantas indesejadas, como o anonni. “Os desafios são grandes, mas contamos com uma equipe muito capacitada e dedicada para encontrarmos as melhores soluções aos produtores e mantermos uma pecuária competitiva, duradoura e que respeite e preserve os recursos naturais disponíveis”, finalizou Varella.

Fonte: Embrapa Pecuária Sul

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