Pesquisas

Descobertas moléculas no desenvolvimento da cancrose

Descoberta foi de pesquisadores argentinos


Publicado em: 23/03/2018 às 14:40hs

Descobertas moléculas no desenvolvimento da cancrose

No Laboratório de Interações de Plantas-Microorganismos do Instituto de Biologia Molecular e Celular de Rosario, na Universidade Nacional de Rosario, na Argentina, se obtiveram novos avanços no estudo dos mecanismos das interações planta-patógeno.

O grupo possui uma vasta trajetória no estudo da doença conhecida como cancrose dos cítricos, causada pela bactéria Xanthomonas citri subsp. Citri, que atualmente é um dos principais problemas fitossanitários com os que se encontram os citricultores argentinos. Até o momento, não existem plantas resistentes a essa doença. Por ele todos os cítricos, entre eles limões, laranjas, bergamotas, quinotos e toranjas, são afetados por essa patologia.

Em um trabalho recente, publicado pelo Journal of Experimental Botany, com a colaboração de pesquisadores dos Instituto Max Planck da Alemanha e Kausta da Arábia Saudita, esta equipe de trabalho revelou um novo mecanismo que utiliza o Xanthomonas para sobreviver sobre a superfície da folha. “A infecção começa quando a bactéria entra as plantas através dos estômatos, que são pequenos poros presentes na superfície das folhas que permitem o intercâmbio de gases com o meio ambiente ou também através de feridas da planta”, descreve Natalia Gottig, pesquisadora adjunta do Conicet e líder do projeto.

Uma vez que a bactéria entra ao tecido vegetal, se multiplica no espaço intercelular do tecido e finalmente produz a lesão eruptiva característica de cor marrom, que se chama de cancro. A bactéria fica encima da folha por essa protuberância e quando chove ou há vento forte, emerge e se traslada, continuando a infecção e contagiando toda a planta ou inclusive a outras plantas cítricas. Quando a infecção é muito severa se pode produzir uma desfoliação massiva, o que debilita a planta e diminui a capacidade de produzir frutos. Não afeta o sabor, mas como quebra o tecido da casca se favorece a colonização de outros patógenos e que o fruto apodreça mais rápido.

A fruta infecta se pode comercializar no mercado interno, mas apresenta restrições para ser comercializada para exportação. O grupo realiza estudos com o propósito de conhecer um pouco mais dos mecanismos que usa a bactéria para infectar a planta, mas também como pode se defender do patógeno.

A pesquisadora destacou que um dos eixos do estudo más importantes que o grupo se focou é a adesão da bactéria à planta, etapa fundamental para o desenvolvimento futuro da doença e na capacidade de associar-se com outras células da mesma bactéria e formar uma comunidade denominada biofilm. “Este crescimento em forma de biofilm lhe permite à bactéria sobreviver melhor às condições adversas ambientais e manter-se por mais tempo sobre a superfície vegetal, o qual aumentar sua capacidade infecciosa e prolonga a infecção”, destaca Natalia.

Fonte: Agrolink

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