Flores

De flor em flor...

A profissionalização e o dinamismo comercial da floricultura no Brasil são fenômenos relativamente recentes. No entanto, a atividade já contabiliza números extremamente significativos


Publicado em: 14/09/2017 às 19:50hs

De flor em flor...

O mercado de flores prevê crescimento médio de 9% este ano e faturamento de R$ 7,2 bi, de acordo com o Ibraflor (Instituto Brasileiro de Floricultura). As regiões Sul e Sudeste registraram importante incremento da comercialização em pontos de venda mais próximos aos consumidores, como as redes de supermercados e varejões de médio porte.

Importante engrenagem na economia brasileira, o mercado de flores é responsável por 199.100 empregos diretos, dos quais 78.700 (39,53%)relativos à produção, 8.400 (4,22%) à distribuição, 105.500 (53%) ao varejo e 6,5 mil (3,26%) relativos a outras funções, na maior parte como apoio. O consumo anual de flores no país é de R$ 26,50 por habitante. É pouco se comparado ao consumo na Europa, que está em uma média de R$ 150 por habitante. Somente na Alemanha, o maior consumidor da Europa, o gasto médio por habitante chega a R$ 190.

Números fornecidos pelo Ibraflor indicam que o Brasil conta com 8.250 produtores de flores e 15 mil hectares (ha) de área cultivada (propriedade média de 1,8ha). São eles os responsáveis pelo cultivo de mais de 3,5 mil variedades e de cerca de 350 espécies de flores e de plantas ornamentais. Para comercializar a produção, estão cadastradas cerca de 60 centrais de atacado, 650 empresas atacadistas e 19.240 pontos de venda no varejo. Somam-se mais de 30 feiras e exposições de flores realizadas no país, como a 36ª Expoflora, maior exposição de flores e de plantas ornamentais da América Latina, que vai até o dia 24, na cidade de Holambra, em São Paulo (www.expoflora.com.br).

Para Divaldo Rocha, sócio de Maria Fernanda Dolabela Kraemer Rocha na Floricultura Sion, este é um ramo bastante concorrido, mas o mercado cresce a cada ano. “Por isso é preciso persistência, competência, comprometimento com os clientes, grande conhecimento do assunto e também, claro, gostar das plantas e do que se faz. Oferecemos serviços de elaboração e execução de projetos de paisagismo, produção e comercialização de plantas ornamentais e de insumos para jardinagem”, diz o empresário.

A gerente, Cláudia Kraemer, conta que a Floricultura Sion surgiu há mais de 50 anos. “Tudo fruto do trabalho dedicado dos pais de Divaldo, ainda no Bairro Sion, e foi uma das pioneiras no mercado de Belo Horizonte. Produziam plantas ornamentais que não eram comuns naquela época. Era um trabalho inovador e veio transformar a ideia de concepção de jardins. Eram nove filhos, todos envolvidos no trabalho da flora, produzindo, comercializando, criando e executando paisagismo, além de fazer a manutenção dos jardins junto com os pais e funcionários. Também faziam as viagens para a compra de plantas”, lembra Cláudia.

TRADIÇÃO

“Hoje, com meus pais já falecidos, eu e alguns irmãos permanecemos no ramo de floricultura, cada qual com sua empresa de paisagismo, produção e comercialização de plantas ornamentais. Venho trabalhando no ramo há mais de 40 anos e, graças a Deus, conseguindo manter uma clientela grande e fidelizada. Tive a satisfação e o orgulho de poder ficar com o nome Floricultura Sion, reconhecido no mercado como uma empresa tradicional da capital mineira no ramo de jardinagem. Empregamos 22 funcionários, não temos filial e mantemos a produção de plantas em viveiros próprios”, orgulha-se o empresário.

“Em época de baixa demanda de jardins aproveitamos para deslocar a equipe para a produção. Enfrentamos algumas dificuldades, pois o trato com as plantas exige uma dedicação diária e a mão de obra especializada é escassa, infelizmente”, observa Divaldo. “É um trabalho prazeroso e muito gratificante quando você vê o resultado do projeto executado. Trabalhamos principalmente com empresas da construção civil.”

Donos da Florear, loja localizada na Região Centro-Sul de BH, que está completando 35 anos de atividades, Sérgio Meireles e Vera Pires estão felizes e garantem que esse é um bom ramo. A empresa oferece serviços de decoração de festas, arranjos para presentes, buquês e coroas, entre outros tipos de flores. “A procura maior ainda continua sendo pelo buquê de rosas”, revela o empresário.

A Florear emprega três funcionários e não tem filial na cidade. “Acredito que o nosso diferencial seja o fato de trabalharmos sempre com flores frescas, ter uma boa diversidade de produtos e oferecer atendimento personalizado, o que é essencial neste ramo. Tratamos os clientes com carinho, temos bom preço, e comercializamos somente produtos de qualidade”, ressalta Sérgio, justificando o sucesso da empresa.

Para ele, gostar da profissão e fazer parte dos momentos de felicidade das pessoas já valem a pena. O empresário espera crescimento de 15% este ano em relação a 2016. “Procuramos driblar a crise no período de baixas vendas, buscando comprar bem e fidelizar o cliente. Nossa clientela maior é composta por empresas da região metropolitana de Belo Horizonte.”

Fonte: Estado de Minas

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