Disponibilizar informações privilegiadas sobre os segredos e as oportunidades do cultivo e processamento de uma fruta exótica, de origem mexicana, que vem conquistando espaço no mercado brasileiro. Com este foco, o curso “Como cultivar pitaya orgânica”, promovido na última semana, em Chapecó, reuniu participantes de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e da Argentina.

O evento foi organizado pela Cresol, Sebrae/SC, Recanto das Pitayas, Ecovida e Adubrasil.

O produtor Valmirei Feltrin, da propriedade Recanto das Pitayas, na Linha Contesse em Turvo, produz 18 variedades da fruta, além de outras três da Ebrapa que estão em fase de teste em campo. Ex-fumicultor, ele está satisfeito com os resultados e vê um futuro promissor no segmento. Em 2016 produziu 40 toneladas e a previsão para este ano é chegar a 50. Além de fornecer para vários estabelecimentos comerciais do País, atende clientes na propriedade. “Se tivesse mais, venderia”, destaca ao ressaltar que há espaço para expansão.

Segundo Feltrin, a produção de pitaya é uma nova modalidade de renda que vem substituindo a plantação de fumo na região sul de SC. “Trata-se de uma alternativa que aumenta o faturamento em três vezes quando comparado à fumicultura, além de ser um produto saudável”.

A engenheira agrônoma Rudinéia Lazaroto investiu na plantação de pitaya, na Linha Caravágio, em Chapecó, com objetivo de comercializar mudas e frutas. A empreendedora, que apostou na produção de pitaya vermelha, amarela do cerrado e roxa, participou recentemente do Empretec, promovido pelo Sebrae e Sicom, visando aperfeiçoar habilidades comportamentais para obter um plano de negócios eficiente, viável e rentável, além de auxiliar na organização do curso “Como cultivar pitaya orgânica”. “Essa capacitação representa uma forma de apoiar o aumento da renda e criar um grupo de estudos sobre o fruto”, observa.

Como a planta só floresce pela noite, suas grandes flores brancas são chamadas de "dama da noite". Rica em vitaminas A e C, a fruta pode ser consumida in natura, além de ser utilizada para produção de sorvetes, geleias, licores, caipiras, produtos cosméticos, entre outros.

Exótica, a pitaya é rica em cálcio, ferro, fósforo, potássio, flavonoides (antioxidantes), fibras, vitaminas A e C e zinco. Com isso, ajuda a eliminar radicais livres, perder peso, reduz o colesterol ruim, auxilia no funcionamento do intestino, previne o câncer, entre outros benefícios.

CURSO

O curso foi ministrado pelos engenheiros agrônomos, Edson Benites e Cristine Lopes de Abreu que explicaram porque a fruta é uma ótima alternativa de diversificação da atividade agrícola. “Considerada a rainha das frutas, a pitaya orgânica reúne qualidade nutricional e funcional pelo sistema de cultivo que é relativamente fácil, não demanda grandes investimentos, não requer o uso de agrotóxico, é de fácil manejo, fácil cultivo e excelente produtividade. É uma ótima alternativa de renda para quem quer diversificar a propriedade”, explica Cristine, destacando que a produção nessa área vem ganhando espaço no Brasil há cerca de 12 anos.