De acordo com os resultados divulgados ontem (16), nas duas primeiras semanas de julho (1 a 14, dez dias úteis), os embarques diários de carne de frango in natura giraram em torno das 22.640 toneladas (116% a mais que junho passado), resultado que implica em volume total da ordem de 226.400 toneladas. Como os embarques do último mês ficaram limitados a pouco mais de 220 mil toneladas tem-se, no momento, aumento de quase 3% em relação ao total exportado no mês anterior.

Pela mesma linha de raciocínio, chega-se a resultado muito mais significativo ao se projetar as possibilidades de exportação do mês a partir dos (iniciais) 10 dias úteis. Pois como julho tem, também, um dia útil a mais que junho (22 no total), chega-se a um embarque mensal da ordem de 498 mil toneladas, volume que representa incremento de 126% em relação ao mês anterior.

Não que isso não possa ser alcançado. Mas o volume projetado não se coaduna com o momento (difícil) enfrentado pelo segmento exportador de carne de frango, visto superar (por larga margem, mais de 20% de diferença) até o recorde há tempos registrado, ou seja, as 409 mil toneladas alcançadas há exatos três anos, em julho de 2015.

Em resumo, tudo indica que os dados de julho corrente contêm restos não contabilizados de meses anteriores. O que sugere que as exportações do primeiro semestre foram um pouco “menos piores” do que foi anunciado.

Mas isso não resolve outro problema: a perda de referência quanto ao andamento real das exportações atuais. Como os números da SECEX/MDIC sempre foram coerentes, a avicultura confiava neles para avaliar o efetivo andamento das exportações. No momento, porém, eles deixam a impressão de que o comércio externo de carne de frango caminha maravilhosamente bem. E essa, além de falsa, é uma impressão extremamente perigosa.