Setor Sucroalcooleiro

Cana-de-açúcar: Reativação de duas usinas vai gerar 2.000 empregos diretos

Grupos de Minas e da Paraíba investirão cerca de R$ 200 milhões em Canápolis e Capinópolis


Publicado em: 17/04/2018 às 19:00hs

Cana-de-açúcar: Reativação de duas usinas vai gerar 2.000 empregos diretos

O setor canavieiro de Minas Gerais, que viu 11 usinas fecharem ou paralisarem as atividades nos últimos dez anos, está recuperando o fôlego. Duas delas serão reativadas no Triângulo Mineiro, com geração de aproximadamente 2.000 empregos diretos. Vão recuperar pelo menos 15% das 12 mil vagas fechadas no setor desde 2008. A moagem vai começar só em 2020, mas os empreendedores já estão começando a plantar cana para produção de açúcar, álcool e energia. As unidades foram compradas em leilões, no fim do ano passado, e receberão cerca de R$ 200 milhões de investimentos, fora os custos com a aquisição, que ultrapassam R$ 340 milhões.

Na cidade de Canápolis, a antiga Triálcool foi comprada por acionistas da Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA), em um leilão realizado no dia 7 de dezembro de 2017, por R$ 133,86 milhões. O grupo, que já possui outras duas unidades no Triângulo – em Uberaba e Limeira do Oeste –, investirá mais R$ 100 milhões na reativação.

“Já começamos a plantar em uma área de 1.000 hectares. Em 2019, vamos plantar mais 4.000 hectares. Nossa primeira safra será em 2020 e nosso objetivo é gerar mais de 5.000 empregos diretos e indiretos na operação”, explica o diretor administrativo e financeiro da CMAA, Jeferson Degaspari. A capacidade é de 1,85 milhão de toneladas de cana-de-açúcar.

Em Capinópolis, a antiga usina Vale do Paranaíba foi arrematada por R$ 206,35 milhões e passa a se chamar CRV Minas. Os investimentos vieram do grupo Japungu, da Paraíba, que ainda vai investir R$ 95 milhões na reativação. O plantio da cana-de-açúcar também já começou, assim como o processo de contratação.

“Essas duas usinas estavam paralisadas havia cerca de quatro anos. Juntas, terão capacidade de produzir 4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar”, afirma o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos. Quando estiverem em plena operação, CRV e Canápolis vão recuperar cerca de 40% da produção perdida nos últimos dez anos. Segundo a Siamig, as 11 usinas fechadas tinham capacidade de 10 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.

Tanto a Canápolis (Triálcool) como a CRV Minas (Vale do Paranaíba) faziam parte da massa falida da Laginha Agroindustrial, que teve a falência decretada em 2014. O dinheiro arrecadado com os leilões foi direcionados para credores, fornecedores de serviços e pagamento de tributos.

Minas deve colher 65 milhões de toneladas de cana-de-açúcar

Para a safra 2018/2019, a expectativa da Associação das Indústrias Sucroenergéticas do Estado de Minas Gerais (Siamig) é colher 65 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, praticamente o mesmo volume da safra anterior. “Esperamos um novo recorde para a produção de etanol, com 3 bilhões”, anuncia o presidente da Siamig, Mário Campos.

Na avaliação de Campos, depois dos consecutivos fechamentos de usinas nos últimos dez anos, a retomada da antiga Triálcool (Canápolis) e da Vale Paranaíba (CRV Minas) vai ampliar a oferta.

“Nos últimos anos tivemos uma série de fechamentos de usinas e, infelizmente, isso gerou muito desemprego. Agora, com a reativação dessas duas unidades no Triângulo, vamos ter mais condições de aumentar a oferta no Estado”, afirma Campos.

Fonte: O Tempo

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