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Café: Teoricamente, preços deveriam estar subindo, informa Rabobank

A projeção é do Rabobank e foi apresentada pelo analista sênior do banco, Guilherme Morya, durante a Feira Nacional da Irrigação em Cafeicultura (Fenicafé 2018), que ocorre até amanhã em Araguari, no Triângulo Mineiro


Publicado em: 19/03/2018 às 18:40hs

Café: Teoricamente, preços deveriam estar subindo, informa Rabobank

Os preços globais do café deverão reagir no médio e no longo prazo, passando dos atuais níveis, que estão abaixo de 120 centavos de dólar por libra-peso, conforme o café arábica negociado na Bolsa de Nova York, para uma faixa de até 133 centavos entre o último trimestre de 2018 e o primeiro de 2019.

A projeção é do Rabobank e foi apresentada pelo analista sênior do banco, Guilherme Morya, durante a Feira Nacional da Irrigação em Cafeicultura (Fenicafé 2018), que ocorre até amanhã em Araguari, no Triângulo Mineiro.

Segundo ele, no curto prazo uma reação é muito difícil. “Mas, no segundo semestre, com a consolidação da safra brasileira, ou seja, sem mais especulação a respeito de uma supersafra, e com a tendência dos estoques globais começarem a ser consumidos, esperamos uma reação nos preços”, apontou.

O mercado global de café passa por um déficit de oferta na safra 2017/18, tanto de arábica como de robusta. Já para o ano que vem, muito por conta do crescimento esperado na safra brasileira, haverá um superávit de arábica, enquanto o robusta deve ficar “empatado em zero a zero”.

“Assim, teoricamente, os preços deveriam estar subindo. No entanto, não é isso o que está acontecendo. Muito pelo contrário, até está caindo, rompendo a barreira dos 120 centavos de dólar por libra-peso em Nova York”, disse o analista sênior do Rabobank, Guilherme Morya, durante a Feira Nacional da Irrigação em Cafeicultura (Fenicafé 2018), que ocorre até amanhã em Araguari, no Triângulo Mineiro.

Os preços não reagem, segundo ele, porque os estoques internacionais ainda estão amplos. O Rabobank, inclusive, estima uma queda de até quatro milhões de sacas na temporada global que encerra em outubro. “No entanto, a queima de estoques esperada para janeiro foi pouca, no Japão e nos Estados Unidos, enquanto que na União Europeia houve aumento. Ou seja, os estoques ainda não caíram, e este é o primeiro fator que evita uma reação nos preços”, disse.

O segundo ponto é a grande participação de fundos não comerciais na bolsa, que seguram um grande volume de contratos vendidos. Esses são agentes que não são produtores, e eles continuam apostando que os preços do café vão cair. “E a participação desses agentes neste momento é que está pressionando os preços”, assinalou o analista do Rabobank.

Fonte: Agência SAFRAS

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