Publicado em: 05/02/2014 às 14:30hs
Plantada em 1,5 hectares do lote no assentamento Pátria Livre, em Correia Pinto/SC, a cebola tem garantido ao produtor boa rentabilidade e a certeza de que a opção pelo cultivo sem agrotóxicos vale a pena.
"Cultivar orgânicos é mais trabalhoso, mas dá mais dinheiro, além de fazer bem para todo mundo", revela Antenor Aloisio Ehrenbrink. Além da cebola, moranga, feijão, alface e milho orgânicos são cultivados desde 2008 pelo produtor, tudo com certificação, que é renovada anualmente pela Rede Ecovida de Agroecologia. "Esse agricultor sempre visou o cultivo orgânico por pensar que o alimento com agrotóxico que não deseja para sua família não deveria também chegar à uma criança, a outra família. Por isso enfrentou as dificuldades do começo, insistiu e hoje tem um bom mercado de venda", conta Everson Rodrigues dos Santos, técnico da Assistência Técnica Rural (Ater) contratada pelo Incra para atender o assentamento.
Segundo Santos, a opção pelo modo de produção orgânico requer paciência no início, em que o solo ainda está tóxico devido à adubação química e pode levar de dois a quatro anos para render bem com o adubo orgânico. Entretanto, após esse período, a economia com agroquímicos e o maior preço alcançado pelo produto compensam. Ainda que a produtividade seja menor, as dezoito toneladas colhidas pelos Ehrenbrink se aproximam das 21,6 toneladas por hectare, que é a média estadual para o cultivo convencional de cebola, segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).
Crédito e associativismo impulsionam produção
Nesta semana, a família Ehrenbrink carregou suas cebolas que, somadas às produzidas por outros produtores orgânicos da região de São José do Cerrito, dessa vez irão abastecer uma grande rede de supermercados com sede em São Paulo. O grupo também vende para marcas regionais e para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). "Vender junto ajuda bastante, mas ainda não temos marca própria, a intenção é lutar para isso", planeja Antenor Ehrenbrink.
Outro suporte importante são os créditos. "Tivemos créditos do Incra na instalação do assentamento e pegamos R$ 20 mil pelo Pronaf A", revela esposa de Antenor, Luciane. O recurso viabilizou o investimento em adubo, maquinário e calcário.
Hoje, o que ainda atrapalha o sono da família e dos técnicos que a atendem é como proteger a produção do veneno borrifado na soja plantada na fazenda vizinha. Entretanto, a satisfação de ter a consciência tranquila de produzir alimentos sadios não tem preço. "Meu sonho é continuar nesse tipo de produção para sempre", conclui Antenor.
Fonte: EPAGRI - Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina
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