Pastagens

Barenbrug mira avanço de 30% no próximo ano

Empresa holandesa planeja chegar ao topo do mercado brasileiro de sementes forrageiras nos próximos cinco anos; estratégia de expansão inclui desenvolvimento de variedades no Brasil


Publicado em: 20/09/2017 às 18:20hs

Barenbrug mira avanço de 30% no próximo ano

A multinacional holandesa Barenbrug, que atua no mercado de sementes de forrageiras, planeja crescer 30% no Brasil no próximo ano fiscal, de julho deste ano a junho de 2018, e chegar ao topo do mercado no segmento nos próximos cinco anos.

A perspectiva é do diretor geral da empresa no Brasil, Álvaro Peixoto, que assumiu o cargo em agosto deste ano. A filial da companhia no País responde por aproximadamente 4% do faturamento do grupo nos 27 países em que atua, que foi de 255 milhões de euros no ano fiscal encerrado em junho de 2017. "Ainda é uma participação pequena, mas temos muito espaço para crescer", diz.

Ele calcula que o País tenha hoje 12 milhões de hectares de pastagem, dos quais 8 milhões de uso exclusivo para a pecuária - de corte e leite - e o restante utilizado em sucessão de culturas, como a soja, por exemplo.

O mercado brasileiro de sementes forrageiras movimenta 300 milhões de euros ao ano, segundo Peixoto. "Esse segmento ainda é muito pulverizado. Acredito que tenhamos em torno de 2% de participação no setor e, ainda assim, já estamos entre as dez maiores do setor no Brasil", estima Peixoto.

Para ampliar essa participação, a empresa planeja lançar a primeira leva de híbridos desenvolvidos no Brasil a partir de um banco próprio de germoplasma em 2019. "Temos cinco híbridos que devem chegar ao mercado nos próximos dois anos", conta o executivo.

Segundo ele, outros 30 híbridos estão em análise. "Vamos definir quais serão os melhores para serem colocados no mercado mais adiante", informa o dirigente da Barenbrug.

A empresa se instalou no Brasil em 2012 para prestar serviços de revestimento de sementes para a Dow Agrosciences em parceria voltada para cultivares híbridas de forrageiras tropicais. Em 2015, a empresa passou a vender sementes com marca própria.

Desde 2012 até hoje, a Barenbrug investiu R$ 60 milhões na aquisição de ativos como a área para produção, benfeitorias e máquinas além da compra de um banco de germoplasma, desenvolvimento de um programa de pesquisa e investimentos na marca. As pesquisas são desenvolvidas em Guaíra, em São Paulo, onde fica a fazenda experimental e unidade de produção da companhia. Atualmente, a empresa comercializa cultivares públicas - desenvolvidas pela Embrapa, incrustadas - ou seja, com um revestimento para que tenham melhor performance no campo.

Qualidade

Peixoto afirma que o setor ainda precisa de profissionalização no Brasil e que empresas empenhadas em elevar a qualidade ofertada ao pecuarista são bem-vindas neste cenário. "Nosso desafio é oferecer um produto com diferencial em um mercado marcado por muita informalidade", afirma.

Nesse sentido, ele defende a revisão da instrução normativa (IN) 30 de 2008, que regula a qualidade de sementes de forrageiras. Ele explica que, atualmente, é permitida a comercialização de sementes do gênero Brachiaria com 60% de pureza e do gênero Panicum com 40% de pureza.

"Aguardamos a publicação da revisão desta IN elevando o padrão de pureza para 80% e 60%, respectivamente", afirma o diretor da empresa.

"Isso tornará a competição nesse mercado mais justa. Esperamos que essa publicação aconteça em muito breve", salienta Peixoto.