Bovinos Leite

Alimentação eficaz contribui para o aumento na produção de leite

Relatório do Sistema de Inteligência Setorial do Sebrae mostra como uma dieta adequada às vacas leiteiras impacta na redução de custos e no crescimento da lucratividade


Publicado em: 18/04/2017 às 08:40hs

Alimentação eficaz contribui para o aumento na produção de leite

Nos últimos 20 anos, a produção brasileira de leite mais do que dobrou, passando de 15,7 bilhões de litros em 1994 para 35 bilhões de litros em 2014, segundo dados da Pesquisa Pecuária Municipal divulgada pelo IBGE. Porém, a produção média de leite por vaca no país (1,6 mil litros) fica abaixo da média mundial, que é de 3,5 mil litros - nos EUA, algumas vacas alcançam uma média anual de 10,4 mil litros. Essa diferença na produtividade está associada a fatores como condições climáticas, raças mais produtivas e alimentação.

A alimentação representa o maior custo da produção leiteira, por isso, o desenvolvimento de dietas precisas é um item fundamental para que os produtores reduzam estes custos e ampliem sua margem de lucro. A importância da alimentação para bovinos leiteiros é o foco de um relatório desenvolvido pelo Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae, que apresenta também fatores que impactam na dieta, tecnologias e cases de sucesso para orientar produtores.

O Brasil conta com 1,3 milhão de produtores, responsáveis pela ordenha de 23 milhões de vacas. Para a formulação de rações para as vacas leiteiras, o país utiliza o modelo do National Research Council (NRC), com foco na melhoria da eficiência alimentar, por meio da avaliação da dieta dos bovinos.

Ao longo de seu ciclo produtivo, os animais passam por diversas fases: há o período seco, que se estende por 60 dias após o parto; o início da lactação se dá até 100 dias pós-parto (pico de produção), enquanto o meio do período acontece entre os dias 101 e 200 pós-parto e o final da lactação compreende o tempo entre o 201o. dia e 350o.

Os ingredientes para dietas incluem matéria seca (pastagens, silagens de milho, capim ou cana-de-açúcar), energia (grãos de cereais, milho, casca de soja, farelo de arroz), proteína (farelo de soja e de algodão, ureia) e minerais (as pastagens contém vitaminas A, D e E, o que dispensa suplementos). O cálculo para atingir a eficiência na alimentação das vacas leiteiras é dividir a produção diária de leite pela ingestão diária de matéria seca.

Há uma série de tecnologias associadas à atividade leiteira que podem contribuir para o aumento da produção, como softwares de gestão de rebanhos, que geram informações e estatísticas sobre rendimento e desempenho técnico, e também softwares de formulação de dietas, que geram receitas concentradas e suplementos para vacas leiteiras - alguns oferecem até opção de dietas tropicalizadas. Os produtores podem contar também com novos equipamentos, como cochos, bebedouros e misturadores de alimentos, que ajudam na ingestão diária do rebanho.

Alguns produtores também podem buscar em fontes especializadas na internet novas formas de qualificar seus resultados. Foi o que fez Fernando Fonseca, produtor de leite em Indianápolis (MG) que, ao pesquisar sobre alimentação de vacas na web, passou a utilizar um aditivo à base de probiótico que quase triplicou a produtividade de suas vacas: antes, elas produziam em média 12 litros de leite e agora elas chegam a 35 litros.

Fonte: Dialetto

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