Agrotóxicos e Defensivos

Agroquímicos genéricos perdem espaço para especialidades

Em função do “extraordinário poderio” das maiores empresas do setor, diz AENDA


Publicado em: 04/05/2018 às 14:40hs

Agroquímicos genéricos perdem espaço para especialidades

De acordo com a AENDA (Associação Brasileira dos Defensivos Genéricos), os agroquímicos genéricos estão perdendo mercado para os produtos chamados de especialidades (ainda sob patentes ou sem concorrência por outros motivos). Segundo a entidade, isso ocorre em função do “extraordinário poderio” das maiores empresas do setor, que conseguiram reverter a prevalência das vendas que os pós-patente vinha registrando em anos anteriores.

“Em valor por tonelada de produto, as Especialidades sempre tiveram números bem superiores, justamente em virtude da falta de concorrência nesse segmento e a oportunidade de venda a preços bem mais altos e com margens mais compensadoras do ponto de vista negocial”, relembra o diretor executivo da Associação, engenheiro agrônomo Tulio Teixeira de Oliveira.

O dirigente lembra que, por outro lado, em termos de quantidade vendida por ano os genéricos tinham alcançado um pico em 2013. Isso ocorreu, segundo ele, em decorrência da ampliação de produtos genéricos como fruto do registro por equivalência adotado pelo governo na 1ª década do século atual, “após um enorme esforço da instituição AENDA”.

“Aos poucos, entretanto os genéricos foram incorporados aos cardápios das grandes empresas, de tal forma que deram um ‘chega prá lá’ nos concorrentes menores e passaram a ter a maior fatia disparada deste segmento também. Feito isso, passaram a administrar as vendas dos dois segmentos”, destaca.

Tulio Teixeira descarta que o surgimento de pragas resistentes tenha provocado um declínio do uso de determinados genéricos e um aceleramento da aplicação de produtos novos. Também não aponta o contrabando como o maior vilão da história, retirando das estatísticas muitas toneladas de genéricos.

O dirigente admite também, por outro lado, que são as grandes empresas que mantêm centros de pesquisas para desenvolver novas moléculas, novas tecnologias (organismos geneticamente modificados), inovações em manejo de pragas e difusão de tudo isso no meio rural, capacitando os agricultores para melhorarem suas produtividades, tirando mais produção do mesmo pedaço de terra.

Por fim, o diretor da Aenda questiona se o Sistema Cooperativo poderia criar um novo modelo, mais adequado socialmente. “Por ora, só podemos reclamar da longa fila de pedidos de produtos genéricos que o governo teima em dizer que não tem pessoal suficiente para examinar. Será? Um dossiê tão simples, precisa de tanta gente assim? Torçamos para que os lobos não estejam metidos nessa estória”, conclui.

ESPECIALIDADES X GENÉRICOS *

*Dados do Sindiveg (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal)

Fonte: Agrolink

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