Gestão

O desenvolvimento da cadeia produtiva do leite no oeste catarinense

O oeste catarinense responde por 73,8% da produção. Os 80.000 produtores de leite (dos quais, 60.000 são produtores comerciais) geram 7,4 milhões de litros/dia


Publicado em: 28/04/2015 às 00:00hs

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Enio Francisco Copatti: Coordenador da Câmara Temática do Agronegócio de Quilombo
Por: MARCOS A. BEDIN

Quinto produtor nacional de leite, o Estado de Santa Catarina produz 2,8 bilhões de litros/ano. Praticamente, todos os estabelecimentos agropecuários são produtores, o que gera renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle do êxodo rural. O oeste catarinense responde por 73,8% da produção. Os 80.000 produtores de leite (dos quais, 60.000 são produtores comerciais) geram 7,4 milhões de litros/dia. No município de Quilombo, 1.300 famílias rurais atuam no segmento com produção mensal aproximada de 2.100.000 litros por mês.

Para discutir ações que potencializem o segmento na região, a Câmara Temática do Agronegócio de Quilombo promove, com apoio do SEBRAE/SC, da Prefeitura Municipal, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Quilombo e da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC), o Workshop “Desafios e oportunidades do setor lácteo para o oeste catarinense”. O evento está programado para o dia 29 deste mês, na Escola de Educação Básica Professora Jurema Savi Milanez, a partir das 8h30. Nesta entrevista, o coordenador da Câmara Temática do Agronegócio de Quilombo, Enio Francisco Copatti, fala sobre o setor na região e explica por que surgiu a iniciativa.

Como surgiu a necessidade de realizar o Workshop “Desafios e oportunidades do setor lácteo para o oeste catarinense”?

Enio Francisco Copatti – A ideia surgiu durante a reunião da Câmara Técnica do Agronegócio que discutiu pautas como sucessão familiar, inseminação artificial e as dificuldades dos produtores para comercializar seus produtos em meio à crise do leite. Com a participação do SEBRAE/SC, definimos trabalhar a cadeia produtiva do leite, pois percebemos que a crise de comercialização pela qual os produtores estão passando é apenas um pilar do tripé: nutrição, alimentação e gestão. Para sermos competitivos no mercado globalizado, precisamos ser competitivos em toda a cadeia produtiva desde a produção até a comercialização. O workshop será um momento muito importante, um marco ao nosso município e toda a região. Concluiremos com a elaboração de um documento final, com fundamentos técnicos científicos que sirvam de base aos municípios na consolidação da cadeia produtiva do leite.

Quem são os palestrantes e quais os assuntos a serem tratados?

O workshop terá início com o painel “Cenário do setor lácteo, sua governança e Sistemas de acompanhamento de desempenho” com Jurandi Teodoro Gugel do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o secretário adjunto da Secretaria do Estado de Agricultura e Pesca, Airton Spies, e um especialista Milk Point, que apresentará os dados oficiais do Estado sobre o Leite. Na sequência, o presidente do Conseleite/SC Adelar Maximiliano Zimmer fará explanação sobre os dados oficiais do Conseleite na região, seguido pelo painel “Desafios da competitividade do setor lácteo do oeste de Santa Catarina”, que inclui temas como Nutrição com Marcelo Hentz Ramos do Laboratório 3R e Genética com Celso Barbieiro Alves da TAG Brasil. Por fim, o gerente de Política Leiteira da Aurora Selvino Giesel abordará as novas tecnologias e a realidade do setor, além de apresentação do que é e das etapas da implantação do Núcleo de Ciência e Tecnologia do Leite /UDESC/NDIF/SC.

Qual é o público-alvo e quantas pessoas participarão do evento?

A previsão é reunir mais de 150 pessoas. Participarão gestores públicos e privados, técnicos e pesquisadores do setor lácteo (Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Secretaria do Estado de Agricultura e Pesca, secretários e técnicos das secretarias municipais de agricultura, técnicos da Epagri e Cidasc, secretários e responsáveis pelo Agronegócio das SDRs, Conseleite, laboratórios, Cooperalfa, Coopeagrifan, Sindicato da Agricultura Familiar, Sindicato dos Produtores Rurais, Bancos de atuação na região, SEBRAE, Câmara Temática do Núcleo de Desenvolvimento e Integração Fronteriça, proprietários de laticínios, SENAR, UDESC, UFFS, Instituto SAGA; Casa Familiar Rural, entre outros representantes de entidades e empresas ligadas ao setor.

O que é a Câmara Técnica do Agronegócio?

A Câmara Técnica do Agronegócio é uma das cinco Câmaras Técnicas do Programa de Desenvolvimento Econômico Local de Quilombo (DEL). É formada por um grupo de profissionais com conhecimento técnico na área do agronegócio. As reuniões ocorrem mensalmente para discutir, sugerir, elaborar e executar projetos que agreguem valor e renda nas propriedades, visando melhorar a qualidade de vida das famílias rurais do município de Quilombo.

Quais são os próximos passos da Câmara do Agronegócio?

Copatti - Além do workshop do leite, estão planejadas as seguintes ações para este ano: missão às propriedades rurais de Fraiburgo no programa PISACOOP (Produção Integrada de Sistemas Agropecuários), missão à Itá para visitar a produção de mirtilo, amora e frizalis, missão técnica à Alemanha, elaboração do programa de incentivo à inseminação artificial em bovinos e suínos, contratação de empresa para fazer projeto para implantar estação de tratamento de água e rede de distribuição em comunidades com pouca oferta de água, desenvolvimento de estudo da viabilidade para implantar um posto da FATMA no município de Quilombo e região, entre outros.

Há previsão de discutir o assunto com os produtores rurais?

Para o segundo semestre deste ano, estamos prevendo um seminário local, com a participação dos produtores de leite do município e região para abordar os temas do I workshop.

Fonte: MB Comunicação Empresarial/Organizacional

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