Gestão

Apesar das dificuldades à vista, cooperativas crescerão em 2015

O ano será de ajustes, cortes, queda de consumo e perda de dinamismo econômico. Mesmo assim, as cooperativas catarinenses crescerão entre 10% e 12% em 2015, de acordo com a previsão do presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC), Marcos Antônio Zordan


Publicado em: 09/01/2015 às 01:00hs

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Marcos Antônio Zordan: Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina
Por: MARCOS A. BEDIN - MB Comunicação Empresarial/Organizacional

Diretor de agropecuária da Coopercentral Aurora (Chapecó), Zordan tem 32 anos de vivência no cooperativismo. Aos 60 anos, é casado com Dalva Maria Zordan com quem tem três filhos (Marcos Jr, Matheus e Thaís). Gaúcho de Lagoa Vermelha, vive em Santa Catarina há 35 anos. Presidiu a Federação das Cooperativas Agropecuárias de SC (Fecoagro) e participou da administração da Cooper Leite, da Creditaipu, da Agromilk, da Ocesc e comandou por duas gestões a Creditaipu, entre outras entidades cooperativistas.

Como foi o ano de 2014 para o cooperativismo catarinense?

Basicamente foi um ano normal. O crescimento deverá ficar entre 12 a 15%, um pouco menor que 2013, principalmente, pela queda dos preços dos produtos nas Cooperativas agropecuárias, que representam em torno de 65% das receitas totais do cooperativismo barriga-verde.

Quais foram as principais conquistas?

O cooperativismo catarinense vem num crescente, tanto nos resultados econômicos quanto nos resultados sociais. Acreditamos que a conquista maior foi a aplicação prática dos princípios em especial o quinto, que trata da educação, formação e informação e o sétimo, que é o interesse pela comunidade. Não menos importante foi o número de associados, dirigentes e colaboradores de cooperativas que se propuseram a se preparar através de treinamentos patrocinados pelo SESCOOP. A busca de sobras (lucros) com bons índices de aproveitamento para cumprir rigorosamente com a parte social. Por isso que acreditamos no cooperativismo catarinense, porque a busca do melhor é constante, dando exemplo de persistência, seriedade e resultado. Essas são as maiores conquistas, acreditamos nós. Outra conquista que não podemos deixar passar em branco foi de que a primeira empresa a exportar seus produtos (carne) para os Estados Unidos é uma Cooperativa, a Coopercentral Aurora Alimentos, de Chapecó.

Quais foram as principais derrotas?

Acreditamos que a maior derrota do setor em 2014 foi não conseguirmos mais uma vez sucesso na aprovação da nossa lei estadual do Cooperativismo. Mas, graças à Deus e aos cooperativistas catarinenses, temos mais vitórias do que derrotas para contabilizar.

O senhor está otimista ou pessimista com 2015? Por quê?

O ano de 2015 será mais uma vez um ano-teste para todos nós brasileiros, independente de ser cooperativa ou não. O que temos que fazer sempre é estarmos preparados para o pior. Quanto a ser pessimista ou otimista, depende do ramo que atuamos. Para alguns ramos, como das carnes, não deverá ser tão ruim. Mas, certamente, o cooperativismo cresce na dificuldade e se o espírito da cooperação estiver presente, as dificuldades serão amenizadas. As cooperativas em geral,estão preparadas e seus dirigentes também, sempre reservando a condição de que a autogestão,a participação efetiva do sócio e uma boa governança são prerrogativas básicas para que isso aconteça.

Quais os desafios que o cooperativismo enfrentará em 2015?

Acreditamos que 2015 será um ano-teste, não só para o cooperativismo, mas, para nós brasileiros que trabalhamos honestamente. Teremos mais dificuldades no crédito, concorrência mais acirrada pela provável sobra de produção causada pelo baixo consumo. Teremos que ser mais ágeis, avaliarmos cada passo a ser dado.

Isso tudo porque o Governo deverá ajustar suas contas apertando todos nós para pagar esse déficit.

Será possível continuar crescendo entre 15% e 20% ao ano? Porque?

Claro que o crescimento depende da conjuntura econômica do País. O cooperativismo sempre tem crescido acima de todos os índices oficiais. Portanto, acreditamos num crescimento sim, que deverá ficar entre 10 a 12% ao ano na área do cooperativismo. Isso tudo porque a pressão nos preços deverá ser forte e os custos deverão subir acima do normal.

Fonte: MB Comunicação Empresarial/Organizacional

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